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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Educação não é negócio, escola não é empresa!

Não é que governo e legislativo não saibam ou não entendam que a Educação não é um negócio e a escola não é uma empresa. Eles sabem disso! Mas, justamente por saberem disso, utilizam desse conhecimento para fazer o contrário e garantir que seus interesses que são privatistas e econômicos APENAS, se fortaleçam.
Ao final de qualquer análise, o que importa aos deputados goianos é o dinheiro que vão receber, seja das propinas (dinheiro, propriedades, isenções) para aprovação desse tipo de projeto, seja dos cargos e das alianças para novas eleições (2012 já é agora!) para continuar nesse "profissão" chamada político. No mínimo, incompetentes foram para serem professores, médicos, odontólogos, veterinários, advogados, nutricionistas e permanerem em suas profissões dignamente. Resolveram um caminho mais fácil, mais lucrativo, mais rentoso: a política.

Essa não como RES pública, mas como elemento de barganha, corrupção e poder privatista.

Pensar a educação e a escola como coisa pública é fazer um esforço permanente para entender como as relações sociais, culturais e políticas da vida cotidiana podem ser "úteis" para formar homens e mulheres que consigam exercerm no dia a dia uma ética humana que seja coerente, solidária, pacifica e humanizadora.

Há muito tempo que muitos estudiosos dizem isso de diversas maneiras, mas parece que o conhecimento produzido pelo mundo acadêmico não é importante ou não tem importância em alguns momentos da vida social. Um desses momentos é quando deputados goianos avaliam que o conhecimento acadêmico não tem valor quando o assunto é pensar uma saída para a vida dos professores da Rede Pública de Ensino de Goiás. Os argumentos de que "nós sabemos o que é melhor pra vocês"; "vocês vão nos agradecer no futuro"; é no mínimo descarados frente à realidade por quem passam os professores na escolas públicas no Brasil.

Deputado nenhum sabe o que é ser professor nas e com as condições que as escolas oferecem, que as secretarias de educação oferecem, que os governos estaduais e municipais e federal oferecem.
Melhor seria se fossem honestos para dizer: não vamos investir em educação, em formação e em boa remuneração porque isso vai atrapalhar nossos planos de continuar governando para analfabetos funcionais.

Ademais, é trágico co-existir numa sociedade que não se importa com isso, ou aceita as alegações da mídia comprada pelo Estado, de que agora os professores vão receber pelo piso salarial nacional e não há mais o que se queixar.

É lamentável que os trabalhadores e trabalhadoras em Goiás não atentem que a qualidade da educação e da formação de seus filhos e filhas, dependem também das condições de trabalho e remuneração de seus professores.

Disse Rousseau "Não é possível que os homens não tenham, afinal, refletido sobre tão miserável situação e as calamidades que os afligem" e parafraseando-o num outro trecho do Tratado Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens, diria: Defendei-vos de ouvir e acreditar nesses impostores da democracia e da verdade, pois se assim fizerem estarão esquecendo que o poder é de todos e a educação não pertence ao Estado, mas ao POVO

Conclamo a todos os leitores e seguidores deste Blog a assumirem seus papéis de cidadãos e utilizarem de todos os meios disponíveis para levar a verdade ao cidadão goiano sobre as artimanhas e artifícios que os deputados seguidores do governador Marconi Perillo estão criando e aprovando, para afundar a educação pública de Goiás a uma outra forma de idade das trevas!

Ei CIDADÃOS, AVANTE!  

UNÍ-VOS

domingo, 13 de novembro de 2011

Aos colegas das redes públicas


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

olhem bem o que a tucanada vem fazendo com a Educação neste País

 É preciso aprender que a elite política e econômica deste país, dão a mínima para a educação e seus trabalhadores!
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Na volta do recesso escolar fomos (nós professores/as do estado de SP) oficialmente comunicados da decisão de que não teremos direito a férias de 30 dias corridos e sim 15 dias em janeiro e 15 dias em julho. A falsa propaganda é a de que teríamos 10 dias de recesso em dezembro, o que não ocorrerá, tendo em vista o cumprimento dos 100 dias letivos de agosto a dezembro. Se isso ocorresse já nesse ano o calendário escolar iria até 24/12.
Além disso, tivemos que assistir a um filme mentiroso do início ao fim chamado "O triunfo" no qual um professor de uma escola em Nova York consegue, por meio dos mais absurdos sacrifícios pessoais (como ir até a casa de cada aluno/a e até cozinhar o jantar para uma aluna que sofria exploração doméstica), elevar ao máximo as notas daquela que era a pior sala da escola. Objetivo da secretaria da educação ao "indicar" tal filme: tentar nos fazer acreditar que "Yes, we can"...
No mesmo dia, no Jornal da Ciência foi publicado que Nova York suspendeu a política de bônus para professores por não ter resultado em mudanças significativas no desempenho dos alunos. Com essa a Secretaria da Educação não contava... Pena que quem escreveu é a favorável à recompensa por mérito... 
Segue a notícia:

JC e-mail 4307, de 25 de Julho 2011

Editorial da Folha de São Paulo desta segunda-feira (25)
Apesar de renhida resistência, sobretudo dos sindicatos de professores, um número cada vez maior de Estados e municípios brasileiros tem adotado em anos recentes políticas de premiação por mérito a docentes, nas redes estatais de ensino.
 
A lógica de recompensa dos programas é louvável. Busca-se compensar e estimular financeiramente o esforço dos mestres, avaliados pelo desempenho acadêmico de seus alunos. O objetivo é melhorar o rendimento dos professores em sala de aula e, em última análise, elevar a qualidade deficiente do ensino público.
 
Expectativas tão ambiciosas sofreram um golpe, na semana passada, com a notícia de que a cidade de Nova York, cuja política de bônus inspirou governos no Brasil, suspenderá o pagamento desses prêmios em suas escolas. A decisão se seguiu à conclusão de um estudo, iniciado há quatro anos, que não constatou diferenças significativas no desempenho de estudantes. Notas dos alunos cujos professores recebiam remuneração por mérito eram similares às de colegas sob a responsabilidade de docentes não beneficiados pelo programa.
 
É preciso cautela ao analisar o resultado da pesquisa nova-iorquina, que não deve ser avaliada de forma isolada. Estudos semelhantes, em países como Índia, Reino Unido e Chile, apresentaram diagnósticos opostos, que confirmariam a eficácia da remuneração por mérito.
 
O que o conjunto de tais pesquisas parece indicar, em sua aparente disparidade, é que o simples estímulo financeiro aos docentes não é uma panaceia para os males da educação. Outros fatores, externos à sala de aula, são decisivos para o desempenho dos alunos.
 
O mais relevante deles é a vinculação entre a condição socioeconômica da família do estudante e seu desempenho cognitivo. Mas há maneiras de mitigar a desvantagem inicial de parcela das crianças mais pobres no seu percurso acadêmico. A principal providência é o início antecipado da vida escolar, com a oferta de creches e pré-escola de boa qualidade.
 
Os impactos específicos da remuneração por mérito deveriam ser avaliados levando em conta essas condições. O Brasil ainda não dispõe de pesquisas capazes de medir com precisão os efeitos de uma política tão recente. O governo paulista, pioneiro na adoção do bônus salarial, promete agora elaborar novas regras para aprimorar seu funcionamento.
 
Pelo menos num aspecto deveria seguir de forma imediata o exemplo nova-iorquino: contratar estudos independentes capazes de examinar com isenção o programa promissor, que não deve ainda ser descartado, mas que pode ser avaliado e aperfeiçoado.





quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mais uma da Professora Amanda de Natal-RN

Tenho identificado nas posturas da Professora Amanda Gurgel (que apesar de não conhecer) muita familiaridade na visão política e nos históricos enfrentamentos da categoria de professores e professoras no Brasil contra os mandatários do poder, os coronéis desde o engenho até o congresso! 
Agora, mais uma atitude louvável e que fortalece os valores, os princípios e a luta! 
Parabéns à essa que somos todos nós!

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Oi,
Nesta segunda,o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio "Brasileiros de Valor 2011". O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.
Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.
Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem "amigas da escola".

Amanda


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Natal, 2 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald's, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,

Professora Amanda Gurgel