quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Sociedade Mundial da Cegueira

Qui, 18/Fev/2010
Leonardo Boff 


O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o portugues José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.

Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era  das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.

O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.

Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90?  Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.

É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria  Gaia que não é tema da New Age mas resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base  para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluidos os seres humanos.

Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais.  A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia  continuar habitável por nós e por outros seres vivos?

Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.

Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser comprendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A EDUCAÇÃO NA ARTE DE SEBASTIÃO SALGADO

Fotojornalista, Sebastião Salgado é um dos mais respeitados e sensíveis fotógrafos da atualidade, dedicando-se ao registro da vida dos excluídos em todo o mundo. 

 

  

Obras

Trabalhadores (1996) ISBN 8571645884
Terra (1997) ISBN 8420428744
Serra Pelada (1999) ISBN 2097542700
Outras Américas (1999) ISBN 8571649030
Retratos de Crianças do Êxodo (2000) ISBN 8571649359
Exodos (2000) ISBN 8571649340
O Fim do Pólio (2003) ISBN 8535903690
Um Incerto Estado de Graça (2004) ISBN 9722109839
O Berço da Desigualdade (2005) ISBN 8576520389
África (2007) ISBN 3822856223  

 

... uma vergonha para o Estado de Goiás

Um monumento ao desperdício 

Prestes a completar 103 anos de idade, o arquiteto Oscar Niemeyer tem uma única pendência na vida: resolver um calote de 200 mil reais que levou do governo de Goiás. A dívida diz respeito ao projeto do Centro Cultural Oscar Niemeyer, um elefante branco de 17 mil metros quadrados, na entrada de Goiânia, levantado ao custo de 60,8 milhões de reais, mas abandonado desde que foi inaugurado, inacabado, pelo então governador Marconi Perillo, no último dia de seu mandato, em 30 de março de 2006. A obra, no entanto, foi entregue ao eleitor sem estar concluída ou paga, com erros de cálculo estrutural e sob suspeita de superfaturamento. Trata-se de um complexo formado por museu, biblioteca, teatro e um monumento aos direitos humanos. Abandonados há quatro anos, os prédios estão em franca degradação física.

Definido por Marconi Perillo, no discurso de inauguração, como “um ícone da Marcha para o Oeste puxada por Juscelino Kubitschek”, o Centro Cultural acabou por se transformar num monumental pepino a cair no colo do governador Alcides Rodrigues, do PP. Ele assumiu o governo em 2006, quando Perillo renunciou para concorrer ao Senado Federal, para então reeleger-se, no mesmo ano, para o cargo, com o apoio do tucano. Hoje, rompido com o antigo aliado, recusa-se a reiniciar as obras antes do pronunciamento final do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o assunto. Herdou, além da obra inacabada, o constrangimento de fazer parte de um calote dado no arquiteto centenário que dá nome ao complexo cultural.

Gerente do projeto, o arquiteto João Niemeyer, sobrinho-neto de Oscar, tentou diversos contatos com o governo de Goiás para receber a parte que falta ao escritório da família – cerca de 200 mil reais, de um total de 2 milhões de reais –, mas não teve sucesso. De acordo com a assessoria do governador Rodrigues, não será possível buscar uma solução antes de saber a decisão final do TCE. Politicamente, isso significa que a coisa ainda deverá demorar um bocado, apesar da idade avançadíssima do principal interessado no caso, justamente o arquiteto que dá nome ao Centro Cultural.

Embora fora do governo estadual, Marconi Perillo, em quase oito anos de mandato, aparelhou politicamente o TCE, onde ainda mantém grande influência, inclusive sobre o relator do processo do Centro Cultural, o conselheiro Naphtali de Souza, também ex-governador do estado. Por essa razão, não há quem aposte numa solução antes das eleições de outubro.

CartaCapital esteve no Centro Cultural. A primeira visão que se tem do lugar é o da pirâmide vermelha bolada pelo arquiteto, uma representação artística feita em favor dos direitos humanos. Exposta ao sol, mas sem manutenção, o monumento desbotou. Virou uma pirâmide rosa. Abaixo dela, galeria e auditório apodrecem aos poucos. As instalações elétricas pendem do teto, as cadeiras estão cobertas de poeira e um dos vidros blindex foi quebrado e substituído por uma placa de compensado de madeira. A sala de exposições levou o nome de Célia Câmara, mãe de Jaime Câmara Júnior, dono da maior rede de comunicação de Goiás, inclusive a TV Anhanguera, retransmissora da TV Globo. Trata-se de um forte aliado de Marconi Perillo.

Nada se compara, no entanto, ao estado geral da biblioteca. Projetada para abrigar 140 mil livros, o prédio, todo de vidro fumê, é um esqueleto gigante onde se abrigam dezenas de fileiras de estantes vazias. A estrutura interna está completamente comprometida pelas infiltrações e pela oxidação das partes metálicas que não foram pintadas, como corrimões e esquadrias de sustentação. Há buracos no forro do teto onde, por entre teias de aranha, despencam fios, canos e luminárias. No terraço, 78 peças de vidro fumê, da época da construção, estão escoradas numa parece onde alguém escreveu, com giz de cera vermelho: “Prove o abandono”.

O mais grave é que, em novembro de 2005, portanto, quatro meses antes da inauguração, o então diretor de Obras Civis da Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas (Agetop), Luiz Antonio de Paula, informou ao governo Marconi Perillo da impossibilidade de a biblioteca receber livros. Um ofício assinado por ele, encaminhado ao então presidente da Agência Goiana de Cultura (Agepel), Nasr Nagib Chaul, informava que somente o primeiro pavimento do prédio, de quatro andares, poderia ser utilizado como biblioteca “em face às sobrecargas adotadas pelo calculista estrutural”. Ou seja, se encher de livro, o edifício vem abaixo.

O relatório do TCE, baseado em vistorias e análises contábeis, não só enumera uma grande quantidade de problemas estruturais, de trincamentos a infiltrações nas paredes, como aponta uma série de sobrepreços (superfaturamento) ao longo da construção, orçada, inicialmente, em 37,4 milhões de reais, mas que consumiu, até agora, 60,8 milhões de reais. A construtora contratada pelo governo, Warre Engenharia, calcula que ainda faltam pelo menos 10 milhões de reais para o Centro Cultural ficar, definitivamente, pronto. “Temos todo interesse em concluir o centro, mas não podemos fazer nada até o pronunciamento final do Tribunal de Contas”, justifica Linda Monteiro, atual presidente da Agência de Cultura, a qual o Centro Cultural ficará subordinado, quando pronto.

O senador Marconi Perillo afirma que o abandono do Centro Cultural Oscar Niemeyer foi premeditado por seu sucessor e ex-aliado Alcides Rodrigues a fim de desgastá-lo politicamente. Perillo é candidato ao governo de Goiás nas eleições de outubro e trava uma briga cada vez mais acirrada com Rodrigues. Segundo o senador tucano, “99%” da obra estava concluída quando o complexo foi inaugurado. “O problema é que o governador, que era meu vice e estava na inauguração elogiando o projeto, me traiu”, diz Perillo. “Se eu tivesse continuado no governo, teria concluído o restante da obra em 30 dias”, garante.

“Inaugurei o que estava pronto”, explica, para justificar a entrega da obra ainda inacabada. Segundo o senador, havia o compromisso público de Alcides Rodrigues em não só completar o complexo cultural, mas, também, pagar o arquiteto Oscar Niemeyer. “Eu deixei o dinheiro empenhado para isso”, afirma. “O governador resolveu, por capricho, deixar de terminar uma obra tão importante para o povo de Goiás”, acusa Perillo, com extrema candura a despeito do tom vibrante.

... cuidado com as nossas adolescentes...

Pessoas anorécticas têm grandes taxas de gordura nos ossos

Por mais que pareça um paradoxo, pessoas com anorexia nervosa têm altos níveis de gordura na medula óssea. Esta conclusão, constatada por investigadores do Children's Hospital, em Boston, resultou da análise de ressonâncias magnéticas dos joelhos de 40 raparigas com a idade média de 16 anos, sendo que metade do grupo tinha anorexia nervosa e as outras 20 eram saudáveis.

 

 “É um contra-senso que uma mulher jovem e magra com quase nenhuma gordura subcutânea seja capaz de armazenar gordura na sua medula óssea”, referiu Catherine Gordon, investigadora principal deste estudo publicado no “Journal of Bone and Mineral Research”.

As imagens das ressonâncias magnéticas foram analisadas por radiologistas que desconheciam o quadro clínico das jovens que colaboraram neste estudo. E o verificado foi que, comparativamente com o grupo de controlo composto pelas raparigas saudáveis, as jovens que sofriam de anorexia apresentavam um maior conteúdo de gordura nos ossos, visualizada como medula amarela, e menos de metade do conteúdo da medula vermelha.

De acordo com os autores, a medula óssea vermelha é funcional e altamente produtora de células, estando presente no corpo humano principalmente até os 25 anos de idade. A partir dessa faixa etária, esse tipo de medula é, aos poucos, substituído pela medula amarela que possui baixa funcionalidade e é formada por gorduras.

Estes resultados vão ao encontro do que...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

...aqui se faz, aqui se paga!!!

Blowback: o legado da CIA no Irã, Afeganistão e Paquistão

O mínimo que se pode dizer é que no Irã, Afeganistão e Paquistão os EUA colhem hoje o que a CIA plantou com a colaboração de gente como o deputado Charlie Wilson. Osama Bin Laden foi treinado pela CIA para atacar os russos; gostou e atacou depois o World Trade Center em Nova York. E as bombas atômicas do Paquistão (real) e do Irã (hipotética) devem-se, ao menos em parte, à igual cortesia da CIA. A situação atual destes três países reflete o passado irresponsável da espionagem dos EUA. O artigo é de Argemiro Ferreira.


A imagem do herói no cavalo branco a salvar a mocinha das garras do vilão, seja este assaltante de banco ou índio em defesa de suas terras invadidas, é recorrente na ficção de Hollywood. O deputado Charlie Wilson morreu, aos 76 anos, no dia 10 de fevereiro, certo de que era herói na vida real. Motivo: no Congresso injetou bilhões de dólares para financiar os que lutavam contra os russos no Afeganistão.

Ao morrer do coração Wilson já estava aposentado. Mas ele representou o Texas por 14 mandatos sucessivos na Câmara. Um livro (“Charlie Wilson’s War - The Extraordinary Story of the Largest Covert Operation in History”, de George Crile) e um filme (“Charlie Wilson’s War”, de Mike Nichols, com Tom Hanks no papel-título) o retrataram como herói.

A semana marcou ainda o 31° aniversário da revolução dos aiatolás do Irã, ocorrida apenas alguns meses antes da invasão do Afeganistão. Os iranianos derrubaram o regime do xá Reza Pahlevi, instalado em 1953 graças a golpe planejado pela mesma CIA que usou as verbas secretas do deputado Wilson para recrutar e armar os radicais islâmicos do lado paquistanês da fronteira com o Afeganistão.

O mínimo que se pode dizer é que no Irã, Afeganistão e Paquistão os EUA colhem hoje o que a CIA plantou com a colaboração de gente...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

... cuidado com as nossas crianças...

Estudo associa gosto compulsivo por doces na infância com depressão  

2010-02-11
Apesar de a maioria das crianças gostar de doces, um estudo americano publicado na revista Addiction revelou que o gosto compulsivo por bolos, chocolates, rebuçados ou bebidas muito açucaradas na infância pode estar relacionado com depressão ou com um maior risco de futuros problemas com álcool.


De acordo com os investigadores do Monell Chemical Senses Center, nos EUA, o estudo realizado com crianças entre os cinco e os 12 anos mostrou que as que eram “viciadas” em produtos muito doces apresentavam com maior frequência sintomas de depressão e tinham maioritariamente um familiar próximo com problemas de alcoolismo.



As três centenas de crianças avaliadas, sendo que metade tinha casos de alcoolismo na família, tiveram de experimentar cinco bebidas doces, com diferentes quantidades de açúcar. Para além de terem sido questionadas sobre a bebida que mais lhes agradava, também lhes foram colocadas questões para verificar se tinham sintomas de depressão.

Um quarto das crianças revelou sintomas depressivos, mas as 37 que elegeram a bebida mais doce (continha 24 por cento de sacarose, o equivalente a 14 colheres de chá de açúcar numa xícara de água) como a sua favorita, para além dos sintomas de depressão, apresentaram um histórico familiar de dependência de álcool.

De acordo com os investigadores, embora o gosto por doces e álcool provoque muitos dos mesmos circuitos de recompensa do cérebro e o consumo de doces seja necessário para as crianças deprimidas se sentirem melhor, esta investigação não esclareceu se o gosto por doces está relacionado com mecanismos bioquímicos ou, por outro lado, com a educação.

Os investigadores consideram então que, apesar de estas conclusões serem “interessantes”, um estudo não é suficiente para fazer generalizações, pelo que será necessária mais investigação nesta área.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

...entre o passado e o futuro




O Brasil, entre o passado e o futuro

Em uma co-edição da Boitempo e da Editora da Fundação Perseu Abramo, o livro "Brasil, entre o passado e o futuro" busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, contou com a colaboração de alguns intelectuais – integrantes do governo ou não – que nunca deixaram de pensar e sistematizar ideias sobre o processo em curso no país: Marco Aurélio Garcia, Emir Sader, Marcio Pochmann, Guilherme Dias, Luiz Dulci, Nelson Barbosa, José Antonio Pereira de Souza e Jorge Mattoso. Além dos artigos, completa o volume uma entrevista com a ministra Dilma Rousseff, feita por Garcia, Sader e Mattoso.

"Brasil, entre o passado e o futuro" reúne ensaios de pensadores da cena política e intelectual brasileira, que buscam assimilar e analisar as intensas transformações ocorridas no Brasil nos últimos sete anos. Os textos se debruçam sobre o passado recente do país, na tentativa de desvendar diversos aspectos da realidade brasileira, como sua dinâmica econômica, social, política e cultural.

Em uma co-edição da Boitempo e da Editora da Fundação Perseu Abramo, o livro busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, contou com a colaboração de alguns intelectuais – integrantes do governo ou não – que nunca deixaram de pensar e sistematizar ideias sobre o processo em curso no país: Marco Aurélio Garcia, Emir Sader, Marcio Pochmann, Guilherme Dias, Luiz Dulci, Nelson Barbosa, José Antonio Pereira de Souza e Jorge Mattoso. Além dos artigos, completa o volume uma entrevista com a ministra Dilma Rousseff, feita por Garcia, Sader e Mattoso.

O livro apresenta um conjunto de dados, análises e propostas de ensaístas comprometidos com um projeto de país que será o centro do debate nas disputas eleitorais de 2010. Busca, assim, trazer uma contribuição interpretativa sobre o momento atual, vislumbrando transformar o futuro.

Ensaios e autores

Brasil, de Getúlio a Lula
Emir Sader

O Brasil herdado
Jorge Mattoso

A inflexão do governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda
Nelson Barbosa e José Antonio Pereira de Souza

A sociedade pela qual se luta
Guilherme Dias e Marcio Pochmann

Participação e mudança social no governo Lula
Luiz Soares Dulci

O lugar do Brasil no mundo
A política externa em um momento de transição
Marco Aurélio Garcia

Um país para 190 milhões de brasileiros
Entrevista com Dilma Rousseff

Publicamos a seguir o texto de apresentação do livro organizado por Emir Sader e Marco Aurélio Garcia:

Tem sido dito – com certa razão – que a grande transformação econômica, social e política pela qual o Brasil vem passando nos últimos sete anos não foi, até agora, objeto de uma reflexão mais aguda, como ocorreu em outros períodos de nossa história republicana.

Os textos que compõem este livro pretendem sanar em parte esse vazio, na perspectiva dos que valorizam positivamente as mudanças em curso no país. Eles buscam contribuir para a compreensão do Brasil contemporâneo – de seu passado, de seu presente e do seu futuro. São um conjunto de análises que abordam diferentes temas vinculados à herança recebida pelo governo Lula, às transformações realizadas por este e às propostas para sua consolidação, aprofundamento e desdobramentos futuros.

Trata-se de contribuições individuais, advindas de óticas distintas. Elas convergem, no entanto, no projeto de “um país para todos”, expresso pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), em sua entrevista, quando fala da necessidade de seguir construíndo “um Brasil para 190 milhões”.

Parte-se das origens do Brasil contemporâneo, passando pela herança econômica recebida por Lula, pela evolução de sua política econômica, pelas novas relações com os movimentos sociais, pelo lugar do Brasil no mundo e chega-se a um novo desenho das relações sociais, em função das extensas transformações que o país atravessa.

Os textos apontam para a necessidade de teorizar não em abstrato, mas a partir da prática desse governo. É a clareza sobre os obstáculos enfrentados, sobre os avanços realizados e o potencial aberto para o futuro que permitirá ao país seguir trilhando o caminho da emancipação econômica e social até aqui percorrido.

Pretendemos contribuir para a mais ampla discussão que as forças do campo popular e a cidadania em geral necessitam desenvolver. Assim o Brasil poderá assumir, com consciência e mobilização, os desafios que o projetem como uma sociedade justa, solidária, soberana e humanista.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fórum Nacional pela Primeira Infância


06 março – 12 dezembro de 2010
Brasil
Coopere, apóie, participe e colabore, desenvolva ações em sua região!
Una-se, integre-se a esta iniciativa!
Missão: Promover a cooperação duradoura entre os diversos segmentos da sociedade no sentido de fomentar a adoção de políticas públicas de estado que dêem integral cumprimento ao artigo 227 da Constituição Federal.

National Forum on Early Childhood
March 06th - December 12th  2010
Brazil
Cooperate, support, participate and collaborate!
Join us in this effort!
Our mission is to promote the long-term cooperation among the various segments of Brazilian society in order to foster the adoption of public policies that will effectively implement the Article 227 of the Federal Constitution of Brazil.

O objetivo geral deste fórum é a mobilização da sociedade e governos em todos os estados brasileiros, entre março e dezembro de 2010, realizando um amplo diálogo, no intuito de desenvolver, definir e difundir diretrizes e ações estratégicas aplicáveis às políticas públicas de estado e práticas privadas relativas à primeira infância em todas as suas dimensões e âmbitos bem como a promoção da cidadania e dos direitos humanos relativos à criança em todo o território nacional, incluindo de forma universal e irrestrita todas as iniciativas, programas, entidades governamentais e não governamentais e pessoas envolvidas ou interessadas no intercambio inter e transdisciplinar de idéias, conhecimentos, práticas e experiências de forma transversal, intersetorial e interministerial relativas ao direito das crianças. 

Desta forma, será um espaço para a troca de experiências com representantes do poder público, setor privado, pesquisadores, estudiosos e lideranças comunitárias para o trabalho através de redes de cooperação, incentivando o dialogo junto a outros públicos e territórios estratégicos para o fomento de iniciativas de desenvolvimento comunitário.

Agenda não disponivel ainda.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Antonio Gramsci - Intelectuales y Educación

Contra a exploração de crianças e adolescentes

Combate à exploração de crianças e adolescentes mobiliza mais de 180 entidades e órgãos governamentais

A imagem de que o Brasil é um local com exploração de crianças e adolescentes está mudando. Atualmente diversas ações envolvem mais de 180 parceiros em todo o País, e os resultados aparecem em números, como o balanço do Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes, conhecido como Disque 100. As ações do Disque 100 vão além de receber as denúncias, pois uma equipe da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) acompanha os casos até que a proteção das vítimas esteja garantida. Fora isso,  mais de 40 órgãos do governo federal trabalham em ações contra abusos às crianças e adolescentes.

Em quase sete anos o serviço telefônico realizou mais de 2,4 milhões de atendimentos. A média do ano passado foi de 82 denúncias por dia. “Além de receber a denúncia nós acionamos uma rede de proteção e responsabilização”, explica a Carmen Oliveira,  subsecretária  nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, da SEDH. O Disque 100 mantém operadores que foram treinados não apenas para orientar as vítimas, mas para encaminhar, em menos de 24 horas, a denúncia às autoridades competentes do município ou do estado.

A SEDH está trabalhando no sentido de  fortalecer os diversos disque denúncias que existem no País. “Nós temos desde o ano passado desenvolvido  instrumentos  para colaborar com os canais de denúncias locais, como exemplo: a sistematização da metodologia do Disque 100 e a criação de um sistema de registro de denúncias informatizado, todo construído em software livre, e que será disponibilizado aos parceiros. O Disque 100 foi também fortalecido estruturalmente, por isso,  há um aumento na capacidade de recebimento de denúncias, que não significa necessariamente o aumento de casos”, diz Carmen Oliveira.
O serviço funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. A ligação é gratuita e o usuário não precisa se identificar. Também é possível fazer denúncia pelo e-mail
disquedenuncia@sedh.gov.br.   
  

As diversas ações em prol das crianças e dos adolescentes envolvem praticamente toda a estrutura dos governos. “Nós queremos destacar que o Governo Federal hoje tem mais de 40 ações em diferentes ministérios trabalhando com esse tema. Isso envolve educação, saúde, desenvolvimento social, justiça, Minas e Energia, Infraero, Petrobrás, entre diversos outros parceiros importantes. Então hoje a gente considera essa uma das mais bem sucedidas experiências de intersetorialidade do Governo Federal”, diz.

Com o bloco na rua

As campanhas publicitárias no Carnaval contra a violência às crianças e adolescentes representam algumas das ações para sanar o problema. No entanto, segundo a SEDH, a maioria dos casos são registrados durante todo o ano, e não em datas específicas.

“Uma pesquisa recente que nós desenvolvemos, numa dessas cidades turísticas, que é Fortaleza, levantamos um dado surpreendente, que 2/3 das crianças e adolescentes que estão em exploração sexual, o agressor não é um turista, mas sim um morador local. Então nós estamos desenvolvendo hoje novas estratégias nas cidades pensando justamente nessa abordagem com os moradores locais, e não apenas com o segmento de turismo, que são hotéis, restaurantes ou beira da praia”, diz Carmen Oliveira, da SEDH.

A mobilização da sociedade e do governo em volta da campanha é grande. Atualmente mais de 180 parceiros da sociedade e do governo trabalham unidos nas 14 capitais em que a campanha é desenvolvida. “Vai desde os governos estaduais, prefeituras, quanto empresas, universidades, centros de defesa, juizados”, diz Carmen. A campanha deste ano “Exploração sexual de crianças e adolescentes é crime. Denuncie! Procure o Conselho Tutelar de sua cidade ou disque 100” já está nas ruas e contará, entre outros materiais, com camisetas, bonés, abanadores e adesivos. “Nos últimos anos temos sido mais incisivos com o mote de que exploração sexual de crianças e adolescentes é crime, chamando a atenção para o fato de que, além de ser uma violência contra a criança e o adolescente,  é um crime passível de punição”, finaliza.

Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Nº 983 - Brasília, 10 de Fevereiro de 2010 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Everybody Hurts for Haiti

Everybody Hurts, ganhou um clipe especial em favor do Haiti. Encabeçado pelo apresentador e produtor musical, Simon Cowell, o vídeo conta com outros artistas como: Jon Bon Jovi, Leona Lewis, Susan Boyle(oi?), Miley Cyrus(hein?), Kylie Minogue e Rod Stewart.




http://thiagomendanha.com.br/

... um cara esperto...

Malabarista Mestre Michael Moschen realiza sua incrivelmente famoso, de cair o queixo pedaço onde três bolas e um triângulo se tornar uma obra musical e visual do artista. Confira o video:




http://www.baratonta.com/

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

... E agora José?

Estudante de Educação a Distancia Teve a Melhor Nota do Enade


terça-feira, 02 de fevereiro de 2010
Aluno da Educação a Distância conquista a maior nota nacional no Enade

O instrutor e consultor na área de calçados, Antônio Edijalma Rocha Junior, aluno do curso a distância de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial do Grupo Educacional UNINTER (Fatec Internacional), do Polo de Apoio Presencial de Jaú ? SP, teve a maior nota no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Ao todo, alunos de mais de 40 instituições de educação presencial e a distância (Privada, Pública e Federal), realizaram o exame.

Com a nota de 80,3, Rocha Junior conseguiu a maior pontuação nacional, a média foi 45. ?O Enade faz sorteios entre alunos iniciantes e concluintes para a realização da prova e, quando fui escolhido, soube somente com três meses de antecedência. Tive uma preparação muito boa pela faculdade. Esse resultado mostra que a educação, seja ela presencial ou a distância, traz resultados quando é bem executada?, explica.

O histórico com o resultado da média nacional, estadual e particular é enviado diretamente ao aluno. Após receber o histórico, Rocha Junior entrou em contato com a Faculdade para saber a documentação necessária para solicitar bolsa de estudos. ?Fui até o meu Polo de Apoio Presencial para dar entrada no pedido de bolsa. Agora, pretendo cursar uma pós-graduação em Engenharia da Produção, com duração de um ano, também a distância, pelo UNINTER?.

ENADE

Os alunos que ingressaram em cursos superiores com a modalidade de Educação a Distância têm mostrado melhor desempenho do que os estudantes que fazem o mesmo curso da maneira tradicional, segundo os primeiros resultados do Enade (exame do MEC que avalia o ensino superior). Um levantamento feito pelo Inep (órgão de avaliação e pesquisa do MEC) aponta que os alunos de cursos a distância se saíram melhor em 7 das 13 áreas onde essa comparação é possível.

Fonte: http://opantaneiro.com.br/noticias/geral/94310/aluno-da-educacao-a-distancia-conquista-a-maior-nota-nacional-no-enade

sábado, 6 de fevereiro de 2010

CONTRA O COB, A FAVOR DA DEMOCRACIA BRASILEIRA

No dia 02 de Fevereiro, postamos http://imagenseducadoras.blogspot.com/2010/02/perseguicao-continua.html e tentamos acompanhar o andamento das noticias...

Ontem, dia 05 de fevereiro, o COB retira ação contra livro da Professora Dra. Kátia Rubio, através do seguinte comunicado:

"Rio  de Janeiro, 5 de feveriro de 2010 – Ofício n. 309/309 / 2010/CAN/alp
“O Comitê Olímpico Brasileiro – COB vem, pelo presente, tendo em vista a obra literária em referência de autoria de V.Sa, e ofício 2887/2009/agr/tcs datado de 15 de janeiro de 2010 que lhe foi endereçado, informar-lhe o seguinte:
1. Primeiramente, cumpre-nos esclarecer que o COB não adotará qualquer medida judicial ou extrajudicial contra V.Sa, seus editores e/ou distribuidores com relação à citação da designação “olímpicos” e do símbolo olímpico no conteúdo do livro em epígrafe…"



























Cinismo e petulância é o que o COB e seus dirigentes alimentam, quando terminam um ofício, "autorizando" a publicação de uma obra científica dessa natureza.
O COB não tem que permitir nem autorizar nada! Deve sim prestar contas à sociedade dos montantes de recursos públicos, dinheiro meu e seu, que são destinados a uma infinidade de rubricas, mas que ninguém sabe ao certo, para onde vai ou como é gasto o dinheiro.
Ser presidente do COB é como ser presidente da CBF, de sindicatos e alguns conselhos profissionais, ou seja, serve para perpetuação do poder e do uso do recurso público com critérios que os cidadãos brasileiros, se soubessem quais são, poderiam pensar duas vezes antes de concordar.

A Democratização do Conhecimento

Livros da coleção Aplauso pode ser baixados gratuitamente

A combinação entre internet, boa vontade e senso de democratização cultural rendeu recentemente mais uma boa notícia para historiadores culturais e apaixonados por leitura.

A coleção Aplauso, editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em comemoração pelos seus cinco anos de existência,ganhou uma versão online e os livros podem ser baixados gratuitamente pelos internautas. No total, 170 dos 200 livros publicados desde 2004 estão disponíveis para download.

São roteiros, biografias de artistas, atores, cineastas, dramaturgos, roteiros de cinema e de teatro e histórias de emissoras de TV acessíveis para qualquer um. Um dos títulos publicados há pouco tempo foi a biografia de Fernanda Montenegro, que completou 80 anos em 2009.

Para ver os livros e baixar os arquivos em PDF, é só acessar o site http://aplauso.imprensaoficial.com.br.

Como dica, além do livro sobre Fernanda Montenegro, vale dar uma olhada também nas biografias de Mazzaropi, Fernando Meirelles, Beatriz Segall, Tony Ramos, Wagner Tiso e Raul Cortez. Uma das edições conta a história da TV Tupi, e há ainda os roteiros dos filmes "Estômago" e "Feliz Natal". Boa leitura a aplausos para a coleção Aplauso!


Fonte: http://cafehistoria.ning.com/

... para indignar-se é preciso conhecer...

 Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina
 ONU calcula 140 milhões de mulheres com mutilação genital no mundo
decoração
A incidência de mutilação genital feminina caiu nos últimos anos no mundo, mas estimativas das Nações Unidas indicam que entre 120 milhões e 140 milhões de meninas e mulheres foram submetidas a esta prática dolorosa e perigosa, que ainda é alimentada por preconceitos sociais e religiosos.

O relatório conjunto realizado por agências da ONU, entre estas a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), aponta que 3 milhões de meninas e adolescentes correm perigo por ano de sofrer esta prática.

Por causa do Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, realizado no dia 06 de Fevereiro , a OMS, Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a População e Unaids, entre outras, disseram que esta prática pode ser reduzida com o envolvimento das comunidades e das famílias nos países onde isso ocorre.

Outra alternativa é o trabalho realizado pelas agências com políticos, religiosos e médicos. Mas ainda está longe de alcançar o objetivo de eliminar totalmente, como quer a ONU.

A OMS documentou práticas de mutilação genital feminina em 28 países da África e em alguns da Ásia e do Oriente Médio, que abrangem o chamado "tipo 1", que consiste na extirpação parcial ou total do clitóris, até as formas mais graves, como é a infibulação, que inclui a cisão dos lábios maiores e menores e o estreitamento da vagina.

Fonte: Zero Hora

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Da miséria ideológica à crise do capital



O livro da cientista social Maria Orlanda Pinassi emerge, em tempos de ilusões pós-modernas, na oposição da apologética acadêmica niilista. Pinassi reflete sobre a incidência do conceito de decadência ideológica na atualidade, principalmente diante das ideologias que pregam o “fim da história”, o “fim da ideologia”, o “fim do trabalho”. O grande mérito da autora foi resgatar a categoria decadência ideológica como um dos mais férteis instrumentos da crítica marxiana-lukacsiana. A resenha é de Ricardo Lara, professor da Universidade Federal de Santa Catarina.

RESENHA
PINASSI, M. O. Da miséria ideológica à crise do capital: uma reconciliação histórica. São Paulo, Boitempo, 2009, 140p. (Coleção Mundo do Trabalho)

O livro da cientista social Maria Orlanda Pinassi emerge, em tempos de ilusões pós-modernas, na oposição da apologética acadêmica niilista. A teoria social articulada em seus ensaios alimenta-se na tradição ontológica materialista e dialética que se agarra a práxis revolucionária. Aliada ao conceito de decadência ideológica – “um dos mais férteis instrumentos da ciência marxiana da história” (PINASSI, 2009, p. 16) –, a autora oferece contundente arsenal de críticas as ideologias irracionais que se instauraram no pensamento social após a consolidação da hegemonia burguesa.

O conceito de decadência ideológica, elaborado por Georg Lukács (1885 – 1971) designa a crise espiritual da burguesia após 1848. Para Lukács (1968, p. 52) o que temos, com a evolução do pensamento social burguês, é a:

liquidação de todas as tentativas anteriormente realizadas pelos mais notáveis ideólogos burgueses, no sentido de compreender as verdadeiras forças motrizes da sociedade, sem temor das contradições que pudessem ser esclarecidas; essa fuga numa pseudo-história construída a bel prazer, interpretada superficialmente, deformada em sentido subjetivista e místico, é a tendência geral da decadência ideológica.

Pinassi reflete sobre a incidência do conceito de decadência ideológica na atualidade, principalmente diante das ideologias que pregam o “fim da história”, o “fim da ideologia”, o “fim do trabalho”. O pensamento burguês contemporâneo, na maioria dos casos, apresenta tendências que não se preocupam em construir conhecimentos que levam em consideração a materialidade social. O pensamento social faz das ciências sociais e humanas um mecanismo irracional que nega o desenvolvimento sócio-histórico e evita produzir conhecimentos que têm como pressuposto o mundo da atividade concreta e sensível do homem.

Nos tempos presentes a irracionalidade burguesa avança a passos vastos, as concepções científicas de todas as áreas do saber mostram-se capacitadas para responder as ânsias de um modo de vida que sobrevive entre a plena realização da coisa (fetiche do capital) e a barbárie social. As possíveis respostas para os fenômenos sociais e naturais que afligem a humanidade estão presentes em todas as ciências, mas os abismos entre a realidade social e suas percepções científicas geram concepções caóticas.

Os “paradigmas” científicos explicam o homem tentando buscar sua essência, mas não compreendem que a essência humana deve ser encontrada no conjunto das relações sociais, pois “a essência humana não é uma abstração intrínseca ao indivíduo isolado. Em sua realidade, ela é o conjunto das relações sociais”. (MARX; ENGELS, 2007, p. 534).

A trajetória DA MISÉRIA IDEOLÓGICA À CRISE DO CAPITAL delongou aproximadamente 130 anos para sua RECONCILIAÇÃO HISTÓRICA, composta pelo ponto de partida, as “origens do processo da consolidação da hegemonia burguesa, momento pós-revolucionário que impõe uma enorme transfiguração das ideologias clássicas do século XVIII em ideologias apologéticas” (PINASSI, 2009, p. 11), e o ponto de chegada, a crise estrutural do capital iniciada nos anos de 1970, com seus limites absolutos, crônicos e implacáveis. O livro é uma denúncia imprescindível, um chamado para a consciência crítica e revolucionária, uma arma em potencial para combater as delirantes abstrações e aberrações ideológicas da atualidade. O grande mérito de Pinassi foi de resgatar a categoria decadência ideológica como um dos mais férteis instrumentos da crítica marxiana-lukacsiana. A autora indica com radicalidade teórica o vínculo e a coexistência da ideologia apologética com a eficiência da produção material capitalista.

A decadência ideológica desvenda o “racionalismo burguês”, justificador do desenvolvimento capitalista do final da segunda metade do século XIX, que se ancora no período imperialista, e concretiza-se nas crises cíclicas do século XX. Nessa processualidade social surgem os causídicos do sistema, com suas teorizações do “pleno emprego”, do “estado de bem estar social”, sustentadores da inconsciência burguesa. Pinassi expõe o poder da ideologia, revestida de apologética, que oferece sustentação para a acumulação capitalista. O conceito de decadência ideológica revela a crítica da totalidade social, revela a conexão entre força material e construção ideológica do sistema do capital, oferece a possibilidade da crítica, genuína e fecunda, que resgata a perspectiva ontológica.

Os ensaios que compõem o livro depositam confiança na alternativa socialista como a única opção para a sobrevivência da humanidade. Aborda questões fundamentais da transição socialista. Desmistifica a irracionalidade burguesa e abre o caminho para a teorização da revolução socialista, pois a história da humanidade não é algo dado e acabado como ampara o pensamento burguês apologético. A luta de classes e a constituição da classe revolucionária é o principal tema perquirido ao longo das páginas. Os textos abordam as principais polêmicas do projeto verdadeiramente socialista, Pinassi não teme em deixar evidente sua postura radical contra as ilusões irracionais acadêmicas pós-modernas.

Para isso ela inquieta-se com a universalização do capital e suas absurdas e cruéis formas de irracionalismo. Para levar a êxito tal posicionamento, nota-se, no livro, a atenta interlocução com as obras de Marx, Lukács e Mészáros, ganhando evidência a percepção audaz de extrair os debates nodais da crítica ontológica expirada na ciência da história marxiana. As interlocuções com os clássicos do pensamento marxiano rejuvenesce as críticas impenitentes ao capitalismo. Sem rodeios apologéticos, a autora vai a questão essencial: só é possível liberdade e democracia numa sociedade para além do irracionalismo burguês, da propriedade privada e da alienação.

O principal fundamento da crítica marxiana foi a descoberta de quê a produção e reprodução da vida social burguesa se estabelece pela dialética da propriedade privada e do trabalho estranhado. Nos onze ensaios do livro, observamos a crítica ontológica que orienta a humanidade na suprassunção da propriedade privada em busca da emancipação humana.

Temas e categorias teóricas – transição socialista, emancipação humana, revolução, propriedade privada, luta de classes, criminalidade, ecletismo, reforma agrária, consciência de classe, movimentos sociais – hesitados pelos cientistas sociais contemporâneos, ou criminalizados pelo irracionalismo burguês, ressurgem com autenticidade e necessidade histórica nos textos da autora. Esses assuntos são colocados na história e ganham significados ontológicos e transitórios. Observe a seguinte afirmação em relação a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST):

o que poderia constituir uma debilidade – ou seja, a particularidade histórica da luta pela reforma agrária – pode ser um dos seus maiores triunfos. Ou seja, da bandeira que evoca velhas contradições nacionais não resolvidas pode aflorar a consciência para as mais atuais formas assumidas pela exploração de classe e pela dominação imperialista. (PINASSI, 2009, p. 71).

Pinassi destaca a importância de analisar o MST como um movimento que luta pela transitoriedade, pela superação do sistema de funcionamento do capital. O MST é considerado uma base fundamental para compreender a práxis das atuais organizações alternativas constituídas no mundo do trabalho latino-americano.

A autora, ao abordar as temáticas polêmicas, questiona o medo dos homens contemporâneos, o temor que vem transvestido de mais alienação. A teoria social tem medo de questionar a realidade e colocar em xeque o metabolismo social do capital. Perante isso, evidencia-se a generosa crítica aos anticapitalistas românticos que não questionam a exploração da mais-valia e a propriedade privada, e aos que levantam a bandeira visionária dos “direitos das minorias”. A racionalidade pseudo-crítica não questiona as raízes das contradições da sociedade burguesa, ignora a luta de classes e não resgata a crítica a barbárie social imposta pela ordem do capital. Depois de ler o livro, percebemos o quanto e o porquê as ciências sociais e humanas estão tão distantes da realidade social.

Enfim, na contemporaneidade, muito se escreve e muito se lê sobre a sociedade humana e suas relações sociais submetidas à lógica do capital, mesmo aqueles que se pautam na crítica da sociabilidade burguesa acabam, em alguns casos, reproduzindo estilos acadêmicos oriundos da decadência ideológica. Pinassi diverge da maioria da intelectualidade atual, afronta o “tema” da emancipação humana como prioridade no debate das ciências sociais e humanas. O destemido livro representa a imprescindível crítica radical às ideologias apologéticas e, por conseguinte, irracionais. A leitura é uma interlocução, segura, com Marx, Lukács e Mészáros, na melhor maneira da aspiração ontológica, as análises são sobre determinadas condições de existência reais, históricas e transitórias, as críticas teóricas são sobre as relações de produção e reprodução da vida humana sob as contradições inconciliáveis do sistema do capital.

Referências bibliográficas
LUKÁCS, G. Marxismo e teoria da literatura. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968, 288p.

MARX; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo, Boitempo, 2009, 614p. (Coleção Marx e Engels)

PINASSI, M. O. Da miséria ideológica à crise do capital: uma reconciliação histórica. São Paulo, Boitempo, 2009, 140p. (Coleção Mundo do Trabalho)

(*) Professor Adjunto do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. E-mail: ricbrotas@ig.com.br


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A FÁBULA DA ÁGUIA E DA GALINHA



Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização. Oxalá nos faça pensar sempre a respeito.
"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.
Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.
- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.
Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.
O camponês sorriu e voltou a carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.
Foi quando ela abriu suas potentes asas.
Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.
Voou. E nunca mais retornou."
Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamosque somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.”

Extraído de artigo publicado pela Folha de São Paulo, por Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor de ética da UERJ. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

... a perseguição continua

No dia 28 de Janeiro, postamos uma notícia sobre a perseguição que o Comitê Olímpico Brasileiro está movendo contra a Profa. Dra. Katia Rúbio (USP).

Esse movimento de censura incomodou nossos irmãos portugueses.

Há pessoas que no âmbito do Movimento Olímpico se julgam no direito de decidir quem pode e quem não pode dedicar-se ao estudo e à investigação das questões do Olimpismo. Na sua profunda ignorância e pesporrência estão convencidos que são proprietários de algo que os transcende. Quer eles queiram quer não, o Olimpismo é propriedade da Humanidade e não de uma qualquer casta que numa atitude profundamente xenófoba se gosta de chamar a si própria de "família olímpica".

E segue assim: http://cev.org.br/biblioteca/a-familia-olimpica/

... mais uma revista digital

REVISTA HISTEDBR ON-LINE
A Revista HISTEDBR On-Line é uma publicação eletrônica do Grupo de Estudos e Pesquisas  “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR, sediado na Faculdade de Educação da UNICAMP. Com periodicidade trimestral, está cadastrado no IBICT com número de ISSN: 1676-2584.
A revista publica artigos resultantes de pesquisa ou de reflexão acadêmica, estudos analíticos e resenhas na área de história da educação.



... boletim germinal




Desenho de Jules Grandjouan, publicado como capa da edição especial do periódico L´Assiette au Beurre (Paris, 28-4-1906), a propósito da bandeira central de luta naquele Primeiro de Maio. A gravura foi publicada pela primeira vez no Brasil, pela Editora Kairós, na capa de O direito à Preguiça, de Paul Lafargue.

Codex Alimentarius - é preciso ouvir para entender e...




Codex Alimentarius





Parte 2 - http://www.youtube.com/watch?v=EIALS7dtitk
Parte 3 - http://www.youtube.com/watch?v=-lhaNA7TqJo
Parte 4 - http://www.youtube.com/watch?v=tI0MeeIYBo8
Parte 5 - http://www.youtube.com/watch?v=U1WFt-bf-LA

... a farsa sobre o aquecimento global



Participação das mulheres na ciência é essencial

Para a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), Nilcéa Freire, sociedade moderna não pode prescindir da contribuição das pesquisadoras ao desenvolvimento científico e tecnológico
Na abertura do Encontro Brasil-Reino Unido sobre Mulheres e Ciências, nesta segunda-feira, dia 1º, a ministra Nilcéa Freire afirmou ser de extrema importância analisar a historicidade dos indicadores científicos que nos mostram os desafios que as mulheres enfrentam ao se aventurar no mundo das ciências.

Para ela, é indispensável a realização de diagnósticos atuais e apropriados para desenvolver ações que reparem as desigualdades ainda existentes entre pesquisadores e pesquisadoras.

"A disponibilidade de indicadores de ciência e tecnologia separados por sexo em todas as dimensões em que se desenvolve atividade cientifica é um quesito básico para conhecer o estado da ciência e a detecção de padrões de estratificação", afirmou a ministra.

Nilcéa disse ainda ser fundamental...
 

Um cordel inteligente...

O educador Antônio Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia, acaba de retornar ao Brasil com os versos mais afiados que nunca depois da polêmica causada com o cordel "Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso".

Desta vez o alvo é o anacrônico programa BBB-10 da TV Globo. Nesse novo cordel intitulado "Big Brother Brasil, um programa imbecil" ele não deixa pedra sobre pedra. São 25 demolidoras septilhas (estrofes de 7 versos). Só para dar um gostinho:




Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

 
Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

 
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.


Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.


Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.


O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.


Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.


Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.


Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.


Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.


Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.


A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.


Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.


O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.


Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.


É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.


Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.


A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.


E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

 
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.


E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.


A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.


Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.


Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?


Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…


FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

* * *
Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara, na Bahia.
É autor de um dos mais recentes e estrondosos sucessos da Internet, o cordel Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso.
Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.
Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.
Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
Possui incontáveis trabalhos em jornais, revistas e antologias, com mais de 100 folhetos de cordel publicados sobre temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.
Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.

O cordel "Big Brother Brasil, um programa imbecil" é imperdível e está completinho aqui, em primeira mão: http://cachacaaraci.wordpress.com/
2010 é um ano eleitoral. Espero que os eleitores brasileiros valorizem seus votos, pois o voto é a arma para acabar com a impunidade no país

 SENSO CRÍTICO, SAÚDE, PAZ & AMOR - HOJE E SEMPRE !

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

...pode até não obrigar...

... mas tire suas conclusões acerca do papel da propaganda no convencimento do consumidor!



Filme da campanha assinada pela ABAP e ABA, mostrando a importância da propaganda para a sociedade.