Diego Rivera -" Indústria em Detroit", afresco, 1932-33
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Um blog que anuncia e denuncia o mundo e os homens pela ação educativa, pedagógica e formadora da Educação e da Educação Física
É a época da publicidade para as assinaturas. Os diretores e os administradores dos jornais burgueses arrumam as suas vitrines, passam uma mão de tinta pela tabuleta e chamam a atenção do passante (isto é, do leitor) para a sua mercadoria. A mercadoria é aquela folha de quatro ou seis páginas que todas as manhãs ou todas as tardes vai injetar no espírito do leitor os modos de sentir e de julgar os fatos da atualidade política que mais convém aos produtores e vendedores de papel impresso. Estamos dispostos a discorrer, com os operários especialmente, sobre a importância e a gravidade daquele ato aparentemente tão inocente que consiste em escolher o jornal que se pretende assinar?
É uma escolha cheia de insídias e de perigos que deveria ser feita com consciência, com critério e depois de amadurecida reflexão. Antes de mais, o operário deve negar decididamente qualquer solidariedade com o jornal burguês. Deveria recorda-se sempre, sempre, sempre, que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor) é um instrumento de luta movido por idéias e interesses que estão em contraste com os seus. Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma idéia: servir a classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora. E, de fato, da primeira à última linha, o jornal burguês sente e revela esta preocupação. Mas o pior reside nisto: em vez de pedir dinheiro à classe burguesa para o subvencionar a obra de defesa exposta em seu favor, o jornal burguês consegue fazer-se pagar pela própria classe trabalhadora que ele combate sempre. E a classe trabalhadora paga, pontualmente, generosamente. Centenas de milhares de operários contribuem regularmente todos os dias com seu dinheiro para o jornal burguês, aumentando a sua potência. Porquê? Se perguntarem ao primeiro operário que encontrarem no elétrico ou na rua, com a folha burguesa desdobrada à sua frente, ouvirão esta resposta: É porque tenho necessidade de saber o que há de novo. E não lhe passa sequer pela cabeça que as notícias e os ingredientes com as quais são cozinhadas podem ser expostos com uma arte que dirija o seu pensamento e influa no seu espírito em determinado sentido. E, no entanto, ele sabe que tal jornal é conservador, que outro é interesseiro, que o terceiro, o quarto e quinto estão ligados a grupos políticos que têm interesses diametralmente opostos aos seus. Todos os dias, pois, sucede a este mesmo operário a possibilidade de poder constatar pessoalmente que os jornais burgueses apresentam os fatos, mesmo os mais simples, de modo a favorecer a classe burguesa e a política burguesa com prejuízo da política e da classe operária. Rebenta uma greve? Para o jornal burguês os operários nunca têm razão. Há manifestação? Os manifestantes, apenas porque são operários, são sempre tumultuosos, facciosos, malfeitores.
O governo aprova uma lei? É sempre boa, útil e justa, mesmo se não é verdade. Desenvolve-se uma campanha eleitoral, política ou administrativa? Os candidatos e os programas melhores são sempre os dos partidos burgueses. E não falemos daqueles casos em que o jornal burguês ou cala, ou deturpa, ou falsifica para enganar, iludir e manter na ignorância o público trabalhador. Apesar disto, a aquiescência culposa do operário em relação ao jornal burguês é sem limites. É preciso reagir contra ela e despertar o operário para a exata avaliação da realidade. É preciso dizer e repetir que a moeda atirada distraidamente para a mão do ardina é um projétil oferecido ao jornal burguês que o lançará depois, no momento oportuno, contra a massa operária.
Se os operários se persuadirem desta elementaríssima verdade, aprenderiam a boicotar a imprensa burguesa, em bloco e com a mesma disciplina com que a burguesia boicota os jornais dos operários, isto é, a imprensa socialista.
Não contribuam com o dinheiro para a imprensa burguesa que vos é adversária: eis qual deve ser o nosso grito de guerra neste momento, caracterizado pela campanha de assinaturas, feitas por todos os jornais burgueses. Boicotem, boicotem, boicotem!
Os PILOBOLUS tiveram o seu nascimento em 1971, num colégio dos Estados Unidos, e desde então tornam-se uma das mais respeitadas e galardoadas companhias de dança do mundo. Entre vigorosas rotinas da dança, com forte interacção dos corpos dos seus dançarinos, a momentos de pura ginástica, os PILOBOLUS têm marcado a diferença.
Divirta-se e impressione-se!!!
Entre leituras e leituras equivocadas, se antes era possível sonhar que a alteração dos modelos de organização escolar poderiam reverter processos de exclusão e deficts de aprendizagem, hoje, compreendo que tais interveções não somente, não são suficientes, como também se não forem seriamente levadas adiante num processo de amadurecimento, reformulações e aperfeiçoamento, adicionados elementos como: uma política de valorização da categoria docente com salários dignos e efetivas condições concretas e objetivas de trabalho escolar; respeito por parte das secretarias de educação aos projetos pedagógicos escolares e à autonomia pedagógica dos professores e professoras; investimento da capacitação docente e administrativa dos profissionais da educação; subsídio à formação cultural dos estudantes; entre outras questões.
Não é exatamente a organização escolar em ciclos de formação que produz o caos do analfabetismo entre crianças e adolescentes. É preciso ampliar o espectro dessa análise.
Procuremos saber quais são as reais e objetivas condições de trabalho, salário, estudo e planejamento, formação continuada dos professores; as condições de existência ou não das bibliotecas, laboratórios, quadras poli-esportivas, antes de acusar o modelo de organização. Não faço uma defesa cega da organização em ciclos, mas na seriação, as crianças e os adolescentes também não aprendiam, e ao contrário de agora, não era aprovados sem saber: apenas reprovavam anos e anos seguidos. Ao fim, tudo é mal.
É preciso, radicalmente refletir sobre os processos sociais de formação humana. A escola é apenas um deles!!!
... não dava pra resistir e se posicionar diante das provocações de uma realidade tão perversa.
Para tanto, transcrevo uma postagem do blog da profa. Camila Tenório que achei bastante pertinente trazer pra cá!!!
Até 15 de outubro!!!!
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Primeiro de setembro: dia do professor de Educação Física.
Quando dava aulas de Educação Física no ensino fundamental ficava toda feliz quando recebia um cartão e um bombom no dia primeiro de setembro.
Pois estava vendo TV e o CREF nos cumprimentou por este dia.
O CREF? Aquele mesmo que sabe cobrar mensalidades altas, mas não luta pelos profissionais de Educação Física, enquanto educadores, professores como parte de um todo: a escola.
Não acho que temos motivos para comemorar o dia do profissional de Educação Física.
Além disso, somos professores tanto quanto os de história, geografia, e, no entanto, não existe dia “do professor de história”, existe dia do professor: 15 de outubro!
Vamos anular este dia primeiro e nos ver como professores, nosso dia será 15 de outubro, como os demais. Antes de tudo: somos professores!!
Nossa função, além do ensino técnico de jogos, esportes, danças e outros elementos das práticas corporais: educar! As práticas corporais são nossos conteúdos, gostosos e diversas vezes divertidos, para educarmos! Conteúdos para ensinarmos a pensar, criticar, passar valores como ética, respeito, alteridade, honestidade.
Uma vez nos jogos escolares do ensino fundamental minhas alunas jogavam vôlei e nossa bola foi dentro da quadra da outra escola, o árbitro deu fora e ponto para elas, uma menina honesta do outro time viu e disse que havia ido dentro, uma professora do outro time fez sinal de silêncio para ela. Ensinou a mentir. Mentira não ensina ética e honestidade.
Naquela hora entendi o motivo de muitos profissionais da nossa área comemorarem o seu dia separado dos demais: esquecimento de que, antes de tudo, somos educadores.
E educar significa transformar com o trabalho, mesmo que o mundo grite: minta! Porém, nós sussurramos: seja honesto! O mundo diz “passe por cima”, nós dizemos “dê a mão para seu amigo se levantar”. Quando todos dizem para sermos egoístas, ensinamos como é doce ser solidário. Quando tudo e todos nos ensina sobre não ceder, não ouvir, remamos no outro sentido, com força contra a maré.
Quando todos os profissionais da Educação Física perceberam que são professores, junto com as demais disciplinas, não precisaremos nem questionar o dia primeiro de setembro. Ele será esquecido porque nosso dia e lugar é sempre com a Educação, ou seja, a transformação da sociedade “através” do conhecimento.
Camila Tenório Cunha
1/09/2009