domingo, 30 de junho de 2013

Dossiê História do Esporte - Revista Digital Tempo




Apresentação



sexta-feira, 28 de junho de 2013

Escola de Inverno de Biomecânica

Escola de Inverno de Biomecânica: reconstrução tridimensional da cinemática do movimento e controle postural.

Professores convidados:

Avelino Amado, University of Massachussets

Joseph Hamill, University of Massachussets

Luis Mochizuki, Universidade de São Paulo

Data: 12/08/2013
Horário: 8h as 18h
Local: Escola de Educação Física e Esporte USP


Inscrições e informações

Público alvo: pesquisadores em biomecânica e interessados na análise do movimento humano.

Será dada prioridade na inscrição para graduados, estudantes de pós graduação, pós-docs e docentes.

Taxa de inscrição: R$ 10,00 pagos no dia do evento

Inscrições e informações:
Luis Mochizuki

Número de vagas: 100

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Congresso de Jogos Desportivos - Florianópolis


Submissão de trabalhos: até 01 de agosto.
Resultado da avaliação: até 10 de setembro.
Último prazo para inscrição do primeiro autor: 20 de setembro.


Mais informações e inscrições

terça-feira, 25 de junho de 2013

Especialização - Intervenção Profissional em Academias de Ginástica - FEF/UFG




ACESSE O EDITAL

Congresso de Pesquisa em Educação - UFMT/Rondonópolis


CONPEDUC 2013 é um evento promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da UFMT/Rondonópolis. Tem como tema: Tempos de vida, Cultura e Educação.

Para quem está no Mato Grosso goiano, está aí uma oportunidade interessante de qualificação e aprimoramento do conhecimento e práticas.

O prazo final para envio de trabalhos: 09/08/2013 (sem prorrogação).


Para mais informações e inscrições acesse o site do evento AQUI

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Tecnologia na Escola? Há quanto tempo nada muda?

A linha do tempo da história da presença da tecnologia dentro da escola, nos faz perceber que ainda hoje, há escolas que reproduzem estruturas organizacionais da sala de aula e dos métodos de ensino que remontam os 1800.



Sabe-se que a presença das novas tecnologias dentro da escola ou da sala de aula não resolvem por si só as questões relacionadas ao nível de dificuldade de aprendizagem:



Uma organização do trabalho pedagógico na escola, exige que as novas tecnologias participem a partir de uma intervenção pedagógica docente, em que inverta-se polaridades do processo e trate os discentes como protagonistas, co-responsáveis e co-produtores do conhecimento proposto. A experiência deste video abaixo, é da aula de Educação Física, cujo conteúdo é Ginástica e que, os alunos foram os responsáveis pela elaboração, execução e finalização do vídeo. Foram protagonistas de um processo de viver o conhecimento Ginástica enquanto eles próprios registravam cada detalhe do conteúdo, sob a responsabilidade da Profa. Mtnda Michelle Ferreira Oliveira (ESEFFEGO-UEG).

domingo, 23 de junho de 2013

V EDIPE - Inscrições de Trabalhos Prorrogadas

Fica prorrogado o prazo para o envio de trabalhos para o V Edipe até o dia 30/06 - (Próximo Domingo).



Informações e inscrições clique AQUI

Passe adiante!

Brasil ou Brazil?

Dois dias sem postagem no blog... pode acreditar isso foi fruto de um processo de deorganização de idéias para buscar recompor-me num cenário de completa ebulição social, política e esportiva. Esses são os elementos introdutórios que saltam aos olhos e à razão de viver e pensar a nossa sociedade.

Não me recordo de outro momento em que as imagens, os vídeos e os escritos trouxeram tanta confusão e complexidade para o cidadão qualquer se localizar, entender e se posicionar frente aos fatos e o futuro distante ou não.

Com orientação mais a direita ou mais ao centro ou mais a esquerda, todos estão ocupando as ruas e tentando construir suas referências. Alguns a buscar cooptar os mais ingênuos; Outros a explorar os momentos com as massas para fazerem-se passar por cidadãos que nunca foram e se tornarem ou permanecerem detentores de poder político e fazedores de leis.

Minha recomendação: manter o coração sereno (contraditoriamente, ainda que inquieto com tantas "novidades"), saber distinguir o que é (ainda) os objetivos e concepções de mundo e sociedade de quem pensa à esquerda e não de quem pensa necessariamente por um partido. Isso pode ajudar na hora de tomar algumas decisões, sobretudo, em 2014.

Gostei desse vídeo pela didática para identificar o que pensar a direita e pensar a esquerda (entre 0:22 e 1:11). #ficaadica

sexta-feira, 21 de junho de 2013

ENGEDUC - educação infantil, por onde tudo começa



ENGEDUC - Educação Infantil: por onde tudo começa.... é um evento focado na Educação das crianças de  0 a 5 anos, e,nesta segunda edição, abordará a qualidade e a intencionalidade pedagógica na educação infantil. 
O evento será realizado no Centrosul, em Florianópolis/SC, no período de 08 a 10 de agosto de 2013 (quinta a sábado).


Mais informações e inscrições - acesse o site do evento AQUI

terça-feira, 18 de junho de 2013

Assista "A Estética Literária em György Lukács"

Um curso sobre "A Estética Literária em György Lukács" com o Prof. Dr. Miguel Vedda (Universidad de Buenos Aires). Realizado na na sala Papirus da FE/UnB em Brasília entre os dias 10 e 14 de junho de 2013.



Gravação e edição: Efrain Maciel e Silva
http://boletimef.org

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Currículo empobrecido? É um horror!

Leia a matéria e torça para isso não virar moda!
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Alunos das escolas de tempo integral da rede estadual de São Paulo não terão mais disciplinas específicas de História, Geografia e Ciências Físicas e Biológicas nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. A mudança, publicada no Diário Oficial em janeiro, causou polêmica entre professores e profissionais ligados à educação. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, o objetivo das alterações é fortalecer a alfabetização em Língua Portuguesa e Matemática, disciplinas cujo desempenho dos alunos é alvo de avaliações externas como o Saresp e a Prova Brasil, e tornar o ensino mais atraente. Há quem questione, porém, a eficácia de focalizar os esforços e as aulas apenas em Português e Matemática, abordando as demais apenas de forma transversal nos primeiros anos dessa etapa do ensino. A desvalorização das disciplinas fora da grade, a concepção de alfabetização e a influência excessiva das avaliações nas escolas também foram questionadas por especialistas ouvidos pela reportagem.

Lisete Arelaro
Para Lisete Arelaro, da FE-USP, ideia que pauta mudanças é datada: "Essa discussão surgiu nos anos 1960, e nos 1980 era difícil encontrar quem defendesse que só Português e Matemática alfabetizam"







Márcio Fernandes / Estadão Conteúdo

Acesse o conteúdo da matéria AQUI

sábado, 15 de junho de 2013

Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental - FICA 2013


De 02 a 07 de Julho, a Cidade de Goiás realiza a 15a. Edição do FICA. Após 15 anos, vem a homenagem à poetisa Cora Coralina. Antes 

Acesse a programação no site do Festival

sexta-feira, 14 de junho de 2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Congresso Nacional de Educação Física - Recife-PE









Datas Importantes
10/07/2013Datas para submissão dos trabalhos: De 03/06/13 até 10/07/13
10/07/2013Prazo de inscrições com desconto

Mais informações acesse o site do evento AQUI

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Concurso Público Universidade Estadual de Londrina

Vagas em concurso público para professores do ensino superior em caráter efetivo.

As inscrições para a PRIMEIRA ETAPA DESTE CONCURSO PÚBLICO deverão ser efetuadas no período de 20 de maio de 2013 a 25 de junho de 2013 (exceto sábados, domingos e feriados)

Aqui, trago as áreas e vagas no campo da Educação Física.

EDUCAÇÃO FÍSICA/BIODINÂMICA DO MOVIMENTO HUMANO/SUPERVISÃO DE ESTÁGIO - 02 VAGAS;

EDUCAÇÃO FÍSICA/ASPECTOS SÓCIO-CULTURAIS DO MOVIMENTO HUMANO/LAZER/SUPERVISÃO DE ESTÁGIO - 01 VAGA;

EDUCAÇÃO FÍSICA/DIMENSÕES FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA/SUPERVISÃO DE ESTÁGIO - 01 VAGA;

EDUCAÇÃO FÍSICA/DIMENSÕES HISTÓRICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA/SUPERVISÃO DE ESTÁGIO - 01 VAGA;

- EDUCAÇÃO FÍSICA/GINÁSTICA/SUPERVISÃO DE ESTÁGIO - 01 VAGA;

- EDUCAÇÃO FÍSICA/EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL/FORMAÇÃO DE PROFESSORES/ SUPERVISÃO DE ESTÁGIO - 01 VAGA;


Professor Substituto FEF/UFG - Teorias Pedagógicas de EF e Atletismo



Estão abertas as inscrições para o Processo Seletivo Simplificado para Contratação de Professor Substituto na área Teorias Pedagógicas de Educação Física e Atletismo. O período de inscrição vai de 10/06/2013 a 21/06/2013. (sexta feira)

ACESSE O EDITAL AQUI

terça-feira, 11 de junho de 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Curso de Formação no Desporto Paralímpico - AGEL - gratuito

Aos estudantes e professores de Educação Física de Goiânia.

Agência Goiana de Esporte e Lazer, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB realizará nos dias 20, 21 e 22 de junho o Curso de Formação para Professores de Educação Física e áreas afins no Desporto Paralímpico nas modalidades de: Natação, Atletismo, Bocha e Futebol de Sete. Sendo o primeiro dia de formação Geral do Esporte Paralímpico, segundo e terceiro dia na modalidade específica. O curso será gratuito, com carga horária de 24 horas e com certificação do Comitê Paralímpico Brasileiro e Agel. Serão oferecidas 50 vagas para cada modalidade e é permitida a inscrição em apenas um dos cursos.

A ficha de inscrição está no site:

A ficha deve ser preenchida e enviada para o email:

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Educação Superior: novas oportunidades

Segundo notícia do link em anexo, o palácio do planalto aprovou a criação de quatro universidades federais sendo elas: UFCA (Universidade Federal do Cariri), Unifesspa (do Sul e do Sudeste do Pará), Ufob (do Oeste da Bahia) e Ufesba (do Sul da Bahia). 
Estas Universidades fazem parte do Programa de expansão e reestruturação das IFES brasileiras (REUNI).
Aos professores da região norte e nordeste, atentem às notícias porque haverá diversos concursos para contratação efetiva de professores dessas IFES. E para os colegas do Centro Oeste que intentam mudar de Estado, também será uma boa chance.
Leia matéria na íntegra clique AQUI 

Concurso Público - UFG JATAÍ-GO - Educação Física e outros cursos

Sobre o concurso, as vagas e período de inscrições estão relacionadas abaixo:

- Esportes Individuais e Coletivos e Estágio - Graduação em Educação Física (Licenciatura ou Bacharelado) com Doutorado em Educação Física ou áreas afins 03/06/2013  a  02/07/2013.

- Exercício Físico em Condições e Populações Especiais e Estágio Graduação em Educação Física (Licenciatura ou Bacharelado) ou Esporte com Doutorado em Educação Física ou Ciências da Saúde ou áreas afins 03/06/2013 a 02/07/2013.

- Pesquisa, Conhecimento e Gestão em Saúde Pública e Estágio relacionado à Educação Física Graduação em Educação Física (Licenciatura ou Bacharelado) com Doutorado em Educação Física ou Ciências da Saúde ou áreas afins 03/06/2013 a 02/07/2013.


Campus Jataí - CAJ/UFG 
Rua Riachuelo, Nº. 1530, Setor Samuel Graham - Jataí-GO, 
Fone: (64) 3606-8102 fax (64) 3606 8103 
Horário de atendimento ao público externo: das 08h00min às 11h00min e das 13h00min às 17h00min


Acesse o Edital completo AQUI com vagas para diversas outras áreas e cursos.

terça-feira, 4 de junho de 2013

O povo deverá educar o estado

Para quem não entende o que é de fato a luta popular pelo direito da coletividade, minha sugestão é que assista com os olhos, os ouvidos e o cérebro o documentário: "Un Poquito de Tanta Verdad (Oaxaca/México)"

Este foi um episódio real que aconteceu em 2006 e que as mídias não deram a devida atenção ou cobertura no mundo inteiro. Um governador (Ulises Ruiz Ortiz) comprometido com as causas do capital.



Avante Estudantes! Avante Trabalhadores! 

Avante povo para educar o Estado opressor!





"O que em maio de 2006 começou como uma greve de professores por melhores salários e condições sociais, termina em uma rebelião popular sem precedentes no Estado de Oxaca, ao sudoeste do México. Surge um movimento social que durante meses se manifesta (...) em centenas de barricadas nas ruas, ocupando edifícios municipais, governando a cidade de forma autogestionada e pedindo a destituição do (...) governador Ulises Ruiz Ortiz."


"Em uma compilação de entrevistas, os protagonistas desta luta nos contam o desenvolvimento dos acontecimentos e suas motivações políticas. A tomada de 14 mídias de rádio e televisão tem um papel crucial na luta. Esses meios nas mãos do movimento se convertem no principal instrumento de informação, de coordenação e de defesa de uma luta por justiça social, cultural e ecônomica."

"Movimento que ganha a denominação de 'La Comuna de Oxaca' se vê confrontado por uma repressão sangrenta que nos recorda as ditaduras latinoamericanas dos anos 70."

"Un Poquito de Tanta Verdad intenciona integrar o material audiovisual de diversos jornalistas independentes comprometidos com a luta. O resultado é um relato íntimo e impressionante, de um tremendo valor histórico."

segunda-feira, 3 de junho de 2013

sábado, 1 de junho de 2013

Para celebrar o Dia Internacional da Criança

Desde 1950 é comemorado o Dia Internacional da Criança em 1º de Junho. Uma data relativamente nova para o meu conhecimento. Até porque, quando penso na(s) criança(s) não tem um dia certo para celebrar a vida e a necessidade de respeitá-la, educá-la e lutar pelo seu direito à dignidade e à  vida. Todo dia, é dia de criança!



sexta-feira, 31 de maio de 2013

Daniel Azulay: você o conhece?

Criador da Turma do Lambe-Lambe, Daniel Azulay foi precursor em 1976 apresentando durante dez anos seguidos, programas de TV educativos e inteligentes para o público infantil. Azulay influenciou de forma construtiva a geração dos anos 80 que aprendeu com ele a desenhar, construir brinquedos com a sucata doméstica, e a importância da reciclagem e sustentabilidade em defesa do meio ambiente. (Wiki)



Assista um aperitivo do que foi a contribuição de Azulay em nossa história.



terça-feira, 28 de maio de 2013

A escola de hoje, padece pelo governo de ontem

Em entrevista, Marilena Chauí descortina aspectos da história da educação no Brasil importantes de serem conhecidos. Isso é gasolina para queimar nas mentes daqueles que ainda esperam ver a escola ampliar o espectro da visão de mundo de crianças e adolescentes, jovens e adultos. 



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"A ditadura militar destruiu a escola pública", diz pesquisadora 


Violência repressiva, privatização e a reforma universitária que fez uma educação voltada à fabricação de mão-de-obra, são, na opinião da filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, as cicatrizes da ditadura no ensino universitário do país.  


Foto: Gerardo Lazzari/ Sindicato dos Bancários
Marilna Chauí
"Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, se ia ser preso, se ia ser morto. Não sabia."  

Chauí relembrou as duras passagens do período e afirma não mais acreditar na escola como espaço de formação de pensamento crítico dos cidadãos, mas sim em outras formas de agrupamento, como nos movimentos sociais, movimentos populares, ONGs e em grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos. 


Chauí, que "fechou as portas para a mídia" e diz não conceder entrevistas desde 2003, falou à Rede Brasil Atual após palestra feita no lançamento da escola 28 de de Agosto, iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo que elogiou por projetar cursos de administração que resgatem conteúdos críticos e humanistas dos quais o meio universitário contemporâneo hoje se ressente.

Rede Brasil Atual: Quais foram os efeitos do regime autoritário e seus interesses ideológicos e econômicos sobre o processo educacional do Brasil?
Marilena Chauí: Vou dividir minha resposta sobre o peso da ditadura na educação em três aspectos. Primeiro: a violência repressiva que se abateu sobre os educadores nos três níveis, fundamental, médio e superior. As perseguições, cassações, as expulsões, as prisões, as torturas, mortes, desaparecimentos e exílios. Enfim, a devastação feita no campo dos educadores. Todos os que tinham ideias de esquerda ou progressistas foram sacrificados de uma maneira extremamente violenta.

Em segundo lugar, a privatização do ensino, que culmina agora no ensino superior, começou no ensino fundamental e médio. As verbas não vinham mais para a escola pública, ela foi definhando e no seu lugar surgiram ou se desenvolveram as escolas privadas. Eu pertenço a uma geração que olhava com superioridade e desprezo para a escola particular, porque ela era para quem ia pagar e não aguentava o tranco da verdadeira escola. Durante a ditadura, houve um processo de privatização, que inverte isso e faz com que se considere que a escola particular é que tem um ensino melhor. A escola pública foi devastada, física e pedagogicamente, desconsiderada e desvalorizada.

Rede Brasil Atual: E o terceiro aspecto?
Marilena Chauí: A reforma universitária. A ditadura introduziu um programa conhecido como MEC-Usaid, pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, para a América Latina toda. Ele foi bloqueado durante o início dos anos 1960 por todos os movimentos de esquerda no continente, e depois a ditadura o implantou. Essa implantação consistiu em destruir a figura do curso com multiplicidade de disciplinas, que o estudante decidia fazer no ritmo dele, do modo que ele pudesse, segundo o critério estabelecido pela sua faculdade. Os cursos se tornaram sequenciais. Foi estabelecido o prazo mínimo para completar o curso. Houve a departamentalização, mas com a criação da figura do conselho de departamento, o que significava que um pequeno grupo de professores tinha o controle sobre a totalidade do departamento e sobre as decisões. Então você tem centralização. Foi dado ao curso superior uma característica de curso secundário, que hoje chamamos de ensino médio, que é a sequência das disciplinas e essa ideia violenta dos créditos. Além disso, eles inventaram a divisão entre matérias obrigatórias e matérias optativas. E, como não havia verba para contratação de novos professores, os professores tiveram de se multiplicar e dar vários cursos. 

Rede Brasil Atual: Houve um comprometimento da inteligência?
Marilena Chauí: Exatamente. E os professores, como eram forçados a dar essas disciplinas, e os alunos, a cursá-las, para terem o número de créditos, elas eram chamadas de “optatórias e obrigativas”, porque não havia diferença entre elas. Depois houve a falta de verbas para laboratórios e bibliotecas, a devastação do patrimônio público, por uma política que visava exclusivamente a formação rápida de mão de obra dócil para o mercado. Aí, criaram a chamada licenciatura curta, ou seja, você fazia um curso de graduação de dois anos e meio e tinha uma licenciatura para lecionar. Além disso, criaram a disciplina de educação moral e cívica, para todos os graus do ensino. Na universidade, havia professores que eram escalados para dar essa matéria, em todos os cursos, nas ciências duras, biológicas e humanas. A universidade que nós conhecemos hoje ainda é a universidade que a ditadura produziu. 

Rede Brasil Atual: Essa transformação conceitual e curricular das universidade acabou sendo, nos anos 1960, em vários países, um dos combustíveis dos acontecimentos de 1968 em todo mundo.
Marilena Chauí: Foi, no mundo inteiro. Esse é o momento também em que há uma ampliação muito grande da rede privada de universidades, porque o apoio ideológico para a ditadura era dado pela classe média. Ela, do ponto de vista econômico, não produz capital, e do ponto de vista política, não tem poder. Seu poder é ideológico. Então, a sustentação que ela deu fez com que o governo considerasse que precisava recompensá-la e mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi garantir o diploma universitário para a classe média. Há esse barateamento do curso superior, para garantir o aumento do número de alunos da classe média para a obtenção do diploma. É a hora em que são introduzidas as empresas do vestibular, o vestibular unificado, que é um escândalo, e no qual surge a diferenciação entre a licenciatura e o bacharelato. 

Foi uma coisa dramática, lutamos o que pudemos, fizemos a resistência máxima que era possível fazer, sob a censura e sob o terror do Estado, com o risco que se corria, porque nós éramos vigiados o tempo inteiro. Os jovens hoje não têm ideia do que era o terror que se abatia sobre nós. Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, não sabia se ia ser preso, se ia ser morto, não sabia o que ia acontecer, nem você, nem os alunos, nem os outros colegas. Havia policiais dentro das salas de aula.

Rede Brasil Atual: Houve uma corrente muito forte na década de 60, composta por professores como Aziz Ab'Saber, Florestan Fernandes, Antonio Candido, Maria Vitória Benevides, a senhora, entre outros, que queria uma universidade mais integrada às demandas da comunidade. A senhor tem esperança de que isso volte a acontecer um dia?
Marilena Chauí: Foi simbólica a mudança da faculdade para o “pastus”, não é campus universitário, porque, naquela época, era longe de tudo: você ficava em um isolamento completo. A ideia era colocar a universidade fora da cidade e sem contato com ela. Fizeram isso em muitos lugares. Mas essa sua pergunta é muito complicada, porque tem de levar em consideração o que o neoliberalismo fez: a ideia de que a escola é uma formação rápida para a competição no mercado de trabalho. Então fazer uma universidade comprometida com o que se passa na realidade social e política se tornou uma tarefa muito árdua e difícil. 

Rede Brasil Atual: Não há tempo para um conceito humanista de formação?
Marilena Chauí: É uma luta isolada de alguns, de estudantes e professores, mas não a tendência da universidade. 

Rede Brasil Atual: Hoje, a esperança da formação do cidadão crítico está mais para as possibilidades de ajustes curriculares no ensino fundamental e médio? Ou até nesses níveis a educação formal estará comprometida com a produção de cabeças e mãos para o mercado?
Marilena Chauí: Na escola, isso, a formação do cidadão crítico, não vai acontecer. Você pode ter essa expectativa em outras formas de agrupamento, nos movimentos sociais, nos movimentos populares, nas ONGs, nos grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos. Na escola, em cima e em baixo, não. Você tem bolsões, mas não como uma tendência da escola. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Autoridade Pedagógica em tempos de Tecnocracia Educacional

Autoridade necessária

Para José Sérgio de Carvalho, os educadores precisam assumir a posição de liderança; não de forma coercitiva, mas por meio de uma relação de confiança
Thiago Minami

“Educação não é ciência, é política. Devemos recusar o estabelecimento de regras prontas sobre o ato de ensinar almejadas pelos tecnocratas e os sistemas de apostilas”
Muitos pedagogos defendem a realização de assembleias nas escolas para a definição democrática de direitos e deveres da comunidade escolar. Para o filósofo da educação José Sérgio Fonseca de Carvalho, da Faculdade de Educação da USP, essa ideia quase consensual trata-se de um equívoco. “Assembleias são práticas pedagógicas para que os alunos conheçam o conceito de Ágora, a praça pública para discussões políticas”, afirma. Durante sua palestra na Educar 2013, ele expôs que instituir a autonomia no ambiente escolar, por si só, implica uma decisão de cima para baixo tomada pelos adultos. Na opinião de Carvalho, “para a educação, a democracia é o ponto de chegada, não de partida”.
O pesquisador recorre ao conceito de educação defendido pela pensadora Hannah Arendt, a partir do qual educar é amar o mundo ao ponto de assumir a responsabilidade sobre ele e salvá-lo da ruína pelo repasse do que já foi compreendido pelas sociedades anteriores. Com isso, o aluno torna-se autônomo para quebrar com o passado e inovar – é o que ela chama de “milagre”, ou seja, o ato de romper com o curso natural das coisas.
“Podemos pensar assim que a eleição de Obama, em vista do passado de repressão e exclusão dos negros nos Estados Unidos, é um milagre. Nada tem a ver com o sobrenatural”, explica Carvalho. Para chegar ao atual presidente americano, no entanto, foi necessário aos políticos e eleitores entender como funciona o sistema político do país e jogar com o pré-estabelecido.
Autonomia desde cedo?
Daniela Alves Soares, analista educacional da rede Sesi de São Paulo, discorda. Para ela, é preciso trabalhar a autonomia das crianças desde cedo para que elas se tornem aptas a ser cidadãs livres no futuro. Carvalho rebate com a ideia de que a escola não deve buscar ser democrática e, sim, preparar os alunos para a democracia. Portanto, precisa se tornar um espaço para a pluralidade de visões.
“Pergunte a alguém: ‘o que você acha da cozinha vietnamita?’. A pessoa precisa experimentar os pratos para responder”, explica o professor. Ou seja, a escola tem a função de instruir os alunos para que exerçam seu direito de escolha no futuro. Assim, tornam-se cidadãos políticos, capazes de expressar suas posições pela palavra, sem recorrer à violência.
“Imagine que os alunos, em assembleia, decidam que a escola não deve aceitar negros. Como educadores, vocês não iriam interferir?”, questiona Carvalho.
A autoridade na escola, diz ele, é necessária. Não como relação de coerção, mas de confiança. Os educadores, na posição de líderes, têm que assumir posições e tomar decisões. E encerra com uma provocação: “educação não é ciência, é política. Devemos recusar o estabelecimento de regras prontas sobre o ato de ensinar almejadas pelos tecnocratas e os sistemas de apostilas”.