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sexta-feira, 27 de março de 2015

Escolas Charters? Tô fora e reprovo!

Para quem aposta nas estratégias de privatização dos serviços sociais (bens sociais para outros) como uma saída para 'universalizar' o acesso à educação escolar, é mais que preciso, é imprescindível conhecer as experiências de vizinhos nossos. Estou replicando uma postagem do Blog do Freitas e acho que Goiás vive o fantasma de processos de privatização/terceirização que poderão ser tão perniciosos quanto o citado.


Fracasso das escolas charters no Chile

Diane Ravitch divulga em seu blog trabalho que mostra o fracasso e os efeitos deletérios da privatização da educação no Chile (com escolas charters e vouchers). O artigo dos dois pesquisadores revela o que pode ser aprendido com o Chile e sua experiência com abordagens baseadas no livre mercado educacional. São eles Alfredo Gaete da Pontificia Universidad Catolica de Chile e Stephanie Jones, da Universidade da Georgia. Dizem:
“Imagine um país que já estava comprometido com a educação pública de qualidade, mas começou a tratar esse bem público como uma economia de mercado com a introdução de escolas charters e sistemas de vouchers.
Imagine que depois de alguns anos, a maioria dos estudantes neste país freqüentavam as escolas privadas e não havia financiamento público para a maioria dessas escolas, que deviam concorrer entre si pelo financiamento, melhorando seus resultados.
Imagine que o estado promoveu esta competição através de publicação de rankings escolares, para que os pais fossem informados dos resultados obtidos por cada instituição.
Imagine-se, por fim, que os proprietários da escola foram autorizados a cobrar taxas extras dos pais, tornando assim a educação um negócio bastante rentável.
Mas vamos parar de imaginar, porque este país já existe.”
Sim, 

terça-feira, 28 de maio de 2013

A escola de hoje, padece pelo governo de ontem

Em entrevista, Marilena Chauí descortina aspectos da história da educação no Brasil importantes de serem conhecidos. Isso é gasolina para queimar nas mentes daqueles que ainda esperam ver a escola ampliar o espectro da visão de mundo de crianças e adolescentes, jovens e adultos. 



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"A ditadura militar destruiu a escola pública", diz pesquisadora 


Violência repressiva, privatização e a reforma universitária que fez uma educação voltada à fabricação de mão-de-obra, são, na opinião da filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, as cicatrizes da ditadura no ensino universitário do país.  


Foto: Gerardo Lazzari/ Sindicato dos Bancários
Marilna Chauí
"Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, se ia ser preso, se ia ser morto. Não sabia."  

Chauí relembrou as duras passagens do período e afirma não mais acreditar na escola como espaço de formação de pensamento crítico dos cidadãos, mas sim em outras formas de agrupamento, como nos movimentos sociais, movimentos populares, ONGs e em grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos. 


Chauí, que "fechou as portas para a mídia" e diz não conceder entrevistas desde 2003, falou à Rede Brasil Atual após palestra feita no lançamento da escola 28 de de Agosto, iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo que elogiou por projetar cursos de administração que resgatem conteúdos críticos e humanistas dos quais o meio universitário contemporâneo hoje se ressente.

Rede Brasil Atual: Quais foram os efeitos do regime autoritário e seus interesses ideológicos e econômicos sobre o processo educacional do Brasil?
Marilena Chauí: Vou dividir minha resposta sobre o peso da ditadura na educação em três aspectos. Primeiro: a violência repressiva que se abateu sobre os educadores nos três níveis, fundamental, médio e superior. As perseguições, cassações, as expulsões, as prisões, as torturas, mortes, desaparecimentos e exílios. Enfim, a devastação feita no campo dos educadores. Todos os que tinham ideias de esquerda ou progressistas foram sacrificados de uma maneira extremamente violenta.

Em segundo lugar, a privatização do ensino, que culmina agora no ensino superior, começou no ensino fundamental e médio. As verbas não vinham mais para a escola pública, ela foi definhando e no seu lugar surgiram ou se desenvolveram as escolas privadas. Eu pertenço a uma geração que olhava com superioridade e desprezo para a escola particular, porque ela era para quem ia pagar e não aguentava o tranco da verdadeira escola. Durante a ditadura, houve um processo de privatização, que inverte isso e faz com que se considere que a escola particular é que tem um ensino melhor. A escola pública foi devastada, física e pedagogicamente, desconsiderada e desvalorizada.

Rede Brasil Atual: E o terceiro aspecto?
Marilena Chauí: A reforma universitária. A ditadura introduziu um programa conhecido como MEC-Usaid, pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, para a América Latina toda. Ele foi bloqueado durante o início dos anos 1960 por todos os movimentos de esquerda no continente, e depois a ditadura o implantou. Essa implantação consistiu em destruir a figura do curso com multiplicidade de disciplinas, que o estudante decidia fazer no ritmo dele, do modo que ele pudesse, segundo o critério estabelecido pela sua faculdade. Os cursos se tornaram sequenciais. Foi estabelecido o prazo mínimo para completar o curso. Houve a departamentalização, mas com a criação da figura do conselho de departamento, o que significava que um pequeno grupo de professores tinha o controle sobre a totalidade do departamento e sobre as decisões. Então você tem centralização. Foi dado ao curso superior uma característica de curso secundário, que hoje chamamos de ensino médio, que é a sequência das disciplinas e essa ideia violenta dos créditos. Além disso, eles inventaram a divisão entre matérias obrigatórias e matérias optativas. E, como não havia verba para contratação de novos professores, os professores tiveram de se multiplicar e dar vários cursos. 

Rede Brasil Atual: Houve um comprometimento da inteligência?
Marilena Chauí: Exatamente. E os professores, como eram forçados a dar essas disciplinas, e os alunos, a cursá-las, para terem o número de créditos, elas eram chamadas de “optatórias e obrigativas”, porque não havia diferença entre elas. Depois houve a falta de verbas para laboratórios e bibliotecas, a devastação do patrimônio público, por uma política que visava exclusivamente a formação rápida de mão de obra dócil para o mercado. Aí, criaram a chamada licenciatura curta, ou seja, você fazia um curso de graduação de dois anos e meio e tinha uma licenciatura para lecionar. Além disso, criaram a disciplina de educação moral e cívica, para todos os graus do ensino. Na universidade, havia professores que eram escalados para dar essa matéria, em todos os cursos, nas ciências duras, biológicas e humanas. A universidade que nós conhecemos hoje ainda é a universidade que a ditadura produziu. 

Rede Brasil Atual: Essa transformação conceitual e curricular das universidade acabou sendo, nos anos 1960, em vários países, um dos combustíveis dos acontecimentos de 1968 em todo mundo.
Marilena Chauí: Foi, no mundo inteiro. Esse é o momento também em que há uma ampliação muito grande da rede privada de universidades, porque o apoio ideológico para a ditadura era dado pela classe média. Ela, do ponto de vista econômico, não produz capital, e do ponto de vista política, não tem poder. Seu poder é ideológico. Então, a sustentação que ela deu fez com que o governo considerasse que precisava recompensá-la e mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi garantir o diploma universitário para a classe média. Há esse barateamento do curso superior, para garantir o aumento do número de alunos da classe média para a obtenção do diploma. É a hora em que são introduzidas as empresas do vestibular, o vestibular unificado, que é um escândalo, e no qual surge a diferenciação entre a licenciatura e o bacharelato. 

Foi uma coisa dramática, lutamos o que pudemos, fizemos a resistência máxima que era possível fazer, sob a censura e sob o terror do Estado, com o risco que se corria, porque nós éramos vigiados o tempo inteiro. Os jovens hoje não têm ideia do que era o terror que se abatia sobre nós. Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, não sabia se ia ser preso, se ia ser morto, não sabia o que ia acontecer, nem você, nem os alunos, nem os outros colegas. Havia policiais dentro das salas de aula.

Rede Brasil Atual: Houve uma corrente muito forte na década de 60, composta por professores como Aziz Ab'Saber, Florestan Fernandes, Antonio Candido, Maria Vitória Benevides, a senhora, entre outros, que queria uma universidade mais integrada às demandas da comunidade. A senhor tem esperança de que isso volte a acontecer um dia?
Marilena Chauí: Foi simbólica a mudança da faculdade para o “pastus”, não é campus universitário, porque, naquela época, era longe de tudo: você ficava em um isolamento completo. A ideia era colocar a universidade fora da cidade e sem contato com ela. Fizeram isso em muitos lugares. Mas essa sua pergunta é muito complicada, porque tem de levar em consideração o que o neoliberalismo fez: a ideia de que a escola é uma formação rápida para a competição no mercado de trabalho. Então fazer uma universidade comprometida com o que se passa na realidade social e política se tornou uma tarefa muito árdua e difícil. 

Rede Brasil Atual: Não há tempo para um conceito humanista de formação?
Marilena Chauí: É uma luta isolada de alguns, de estudantes e professores, mas não a tendência da universidade. 

Rede Brasil Atual: Hoje, a esperança da formação do cidadão crítico está mais para as possibilidades de ajustes curriculares no ensino fundamental e médio? Ou até nesses níveis a educação formal estará comprometida com a produção de cabeças e mãos para o mercado?
Marilena Chauí: Na escola, isso, a formação do cidadão crítico, não vai acontecer. Você pode ter essa expectativa em outras formas de agrupamento, nos movimentos sociais, nos movimentos populares, nas ONGs, nos grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos. Na escola, em cima e em baixo, não. Você tem bolsões, mas não como uma tendência da escola. 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Privatização da Saúde Pública Federal

Aos servidores, docentes e estudantes da UFG, esse é um debate de grande relevância para o futuro do Hospital Universitário da Universidade, o nosso HC.

Participe! Entenda! Posicione-se!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Governo de Goiás, privatizou a reforma da educação de 2011

Acho que isso mostra de uma vez por todas que, apesar de haver muitos e importantes professores intelectuais nas escolas e orgãos da Secretaria de Educação do Estado de Goiás, o governo dá a mínima para isso. Contrata por valores não declarados, um serviço, que à semelhança de outras experiências, é um pacote educacional curricular que já deve ter sido vendido para outras redes no Brasil e/ou outros países latinoamericanos.

Não somente repugno a atitude do governo do Estado porque meus colegas professores estavam sendo massacrados nos seus direitos e conquistas da carreira, mas sobretudo agora, repugno porque a concepção neoliberal está cada vez mais explicita no modo de gestão desse governo psdbista.

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Você sabe quem elaborou a reforma proposta pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás? 


Pasmem! Mas, foi uma empresa privada chamada: Uma empresa chamada Bain & company, segundo informa a própria SEDUC.

Extraído do site da empresa:

Quem é a Bain Company: 

A Bain & Company é uma das maiores consultorias de gestão no mundo, fundada sobre o princípio de que consultores devem ser medidos pelos resultados financeiros gerados em seus clientes. Está presente em São Paulo desde 1997 e atua em toda a América do Sul de forma integrada com o escritório de Buenos Aires.

A Bain Brazil é um dos escritórios que mais cresce no sistema, contando com mais de 150 consultores. Nesses 12 anos de atuação, trabalhamos com líderes orientados a mudança em mais de 550 projetos em 15 indústrias diferentes. Nossas práticas se estendem às áreas de estratégia, melhoria de performance, organização, fusões e aquisições, e private equity.

Acesse os textos para conferir. 

Acessar Texto 1 sobre: Diretrizes de modulação – Alterações 2º semestre de 2011
Acessar Texto 2 sobre: Programa Reconhecer - Educação, o Mérito é Seu

No fim de cada folha desses anexos é encontrado a seguinte informação:

Original: the This information is confidential and was prepared by Bain & Company solely for the use of our client; it is not to be relied on by any 3rd party without Bain's prior written consent.

Tradução: Esta informação é confidencial e foi elaborado pela Bain & Company exclusivamente para o uso de nosso cliente; não é para ser invocada por qualquer parte terceira sem o consentimento prévio por escrito da Bain.

O pior de tudo é que isso já tinha sido anunciado pelo próprio secretário Thiago Peixoto em matéria divulgada na própria pagina da secretaria na internet. Veja entrevista do secretário.

ps.: Caso os links forem desabilitados ou tirados do ar, deixe um comentário neste post com seu email que eu envio os arquivos para seu email.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Brevíssima história de 40 anos de políticas neoliberais



Um assíduo leitor de New Deal 2.0 faz uma aguda questão:

“Há uma questão que nunca consigo responder. Muitos especialistas dizem que a ideologia neoliberal iniciou nos anos 80 com Reagan, Thatcher e a Escola de Chicago. Mas sigo sem entender o que tornou possível esse giro na economia política. Que elementos, que novas forças nos anos 80 podem explicar essa mudança ideológica e as desigualdades que a seguiram?"
 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O que um governo Serra faria com o pré-sal?


Se o Brasil hoje é visto como o filé mignon do mundo em termos de crescimento econômico, o filé mignon do Brasil é o pré-sal. Por seu valor específico como principal reserva de petróleo descoberta no planeta no crepúsculo da oferta mundial, mas, sobretudo, pelos efeitos multiplicadores no conjunto da indústria nacional, trata-se “da maior oportunidade que o país já teve em toda a sua história de promover um salto qualitativo nas condições de vida do seu povo”. 
Leia matéria integral clicando aqui