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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A greve na universidade federal e suas contradições

O desabafo e os questionamentos de um professor em greve

"Ao longo dos meus 44 anos neste momento, tenho vivenciado muitas coisas boas e ruins apresentadas pelo mundo. Tenho como todos os seres humanos existentes no planeta, sentido tristezas, alegrias, raiva, mágoas, rancor, desejos, sensação de perda e de vitória, de fé, de desespero e, em uma quantidade cada vez maior em minha vida, a sensação de dúvida e de indignação." (Baptista, 2012)


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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Lamentável, mas também...

De onde vem esse tipo de reação, não é de se estranhar. Pela lógica que construíram e continuam a alimentar, era isso mesmo!


Apenas repúdio tenho por essa lógica!
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13/2/2012
O secretário da educação do Arizona disse que notou que Che Guevara era tratado como um herói, enquanto que Benjamin Franklin era considerado racista pela turma
(Silvio Mieli)


O livro Pedagogia do Oprimido, do educador brasileiro Paulo Freire, foi banido das escolas públicas de Tucson, no estado do Arizona, sudoeste dos Estados Unidos da América (EUA).

Seguindo a lógica antilatina que marca as recentes decisões jurídico-políticas no estado, agora uma lei suspendeu o currículo baseado no Programa de Estudos Mexicanos/Americanos, que durante uma década ajudou a conscientizar os alunos das suas raízes culturais.

Lembrando que 10,3% da população dos EUA é composta de “chicanos” e 30% da população da cidade de Tucson apresenta a mesma origem étnica.

Em meados de janeiro, os livros de Paulo Freire, assim como os de Elizabeth Martinez, Rodolfo Corky Gonzales, Arturo Rosales, Rodolfo Acuna e Bill Bigelow foram retirados do programa e proibidos pela Secretaria de Educação de Tucson de serem aplicados, em cumprimento à lei estadual que considera os estudos mexicanos “doutrinadores” e “portadores de um único ponto de vista”.

Para justificar a medida, o secretário da educação do Arizona John Huppenthal disse que, ao visitar uma escola em Tucson, notou que Che Guevara era tratado como um herói, inclusive com direito a pôster numa das salas de aula, enquanto que Benjamin Franklin era considerado racista pela turma.
Huppenthal julgou intolerável que o termo “oprimido” do livro de Paulo Freire fosse inspirado no Manifesto Comunista de Marx e Engels, “que considera que a inteira história da humanidade é uma batalha entre opressores e oprimidos”, criticou o secretário.

A suspensão do programa priva os alunos de compreenderem melhor os fatores históricos da ocupação do território onde vivem (parte do Arizona pertencia ao México e foi anexada pelos EUA), além de impedir o contato de uma inteira geração com o método emancipador de Paulo Freire.

O que não percebem os que executam a educação “bancária”, no termo usado por Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, é que nos próprios “depósitos” se encontram as contradições. E, cedo ou tarde, esses “depósitos” podem provocar um confronto com a realidade e despertar os educandos contra a sua ”domesticação”.


Silvio Mieli é jornalista e professor universitário.
Texto originalmente publicado na edição 467 do Brasil de fato
Portal dos Fóruns de EJA - http://forumeja.org.br