quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dê um 'Xeque' e mate a Educação Física Escolar II

Dando continuidade no post de ontem, vimos acumulando ao longo de alguns meses, que se intensificou com o período da greve dos professores da rede municipal de educação de Goiânia, um conjunto de observações que agora, com a provocação da imagem de Gustavo Kuerten, vieram a tona.

Quero tratar do tema: substituição da educação física na escola por qualquer outra coisa.

A substituição das aulas de educação física por uma modalidade esportiva já é uma realidade há algum tempo no contexto do ensino privado Brasil afora. Não é de hoje que condenamos essa prática, em especial no ensino médio! 

Mas, na lógica do ensino médio preparatório do vestibular (de cotas?), de fato, a educação física não serve para muita coisa, já que seus conhecimentos, mesmo tratados metodologicamente e pedagogicamente da forma mais crítica e contextualizada possível, não são cobrados ou listados no roll daqueles que 'cai' na prova, por isso, pouco ou nenhum valor tem na concepção dos gestores pedagógicos e dos currículos de grande parte das escolas privadas e muitas públicas.

E cadê os Conselhos Estaduais e Municipais de Educação? (cri-cri-cri-cri...) Porque não se pronunciam? Se não tem capacidade ou função de fiscalizar, porque não dizem o que pensam?

Me parece que, ou os professores de Educação Física reagirão com uma prática significativa e contextualizada para fazer um bloco de resistência, ou me parece, que temos um futuro ameaçado de extinção.

As políticas públicas por si, (de linhas neoliberais independente dos partidos), já tem mostrado que não tem compromisso com a manutenção de práticas curriculares escolares que despertem a criatividade, a criticidade e a consciência dos estudantes, cujo ninho dessas possibilidades está guardado nos conteúdos e práticas das disciplinas de Educação Física, Arte e Filosofia (cito apenas três para não ampliar a polêmica).

Diz o ditato: "onde há fumaça, há ..." pois é, tenho ouvido de alguns professores da rede municipal de Goiânia, em que algumas escolas tem tensionado junto à SME para lotar outras áreas no lugar da Educação Física e que tem havido um movimento (pequeno, mas...) pedagógico de se questionar a função da Educação Física, a carga horária e quantitativo de aulas semanais, atrelado à função que ela exerce dentro da escola. Ora, será que todos os professores dos outros componentes curriculares e da pedagogia, exercem fidedignamente sua função social dentro da escola? Porque a Educação Física? E nesse momento? Qual é a revolução do momento? Qual seria a idéia em engrendramento?

Ou os professores de Educação Física da RME-Goiânia, se articularão e e farão um movimento público de contestação, debate e manifestações intelectualmente orgânicas, para confrontar uma questão que está tanto no campo da formação acadêmica, quanto da lógica trabalhista-profissional.

Fazer frente a um processo histórico de desqualificação da área dentro da escola, onde muitas professoras regentes, ainda insistem em querer decidir quem faz ou não a aula de Educação Física, ou da aula de educação física ser sempre o 'tampa-buraco' da grade quando faltam outros professores.

Ora, então, não temos o que ensinar? Talvez muitos não saibam, outros estejam confusos, outros com uma formação deficiente; MAS, muitos ainda não dobraram os joelhos ao fazer pelo fazer, à bola pela bola.


Castellani Filho (1999) desenvolve bem a discussão sobre o que temos a ensinar, basta lê-lo. Entre outras reflexões de Taffarel, Sávio de Assis, Bracht, entre outros.

O futuro é sombrio e caótico, como a Educação Física permanecerá na escola?

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