domingo, 20 de janeiro de 2013

SEDUC-GO cria: Bolsa Pai-Presente

A quem pense que a idéia é boa, mas é preciso pensar um pouco. Aliás, pensar é algo que os mais apressados não fazem. Então, vamos cumprir nosso papel de olhar sem pressa essas notícias.



Há muito, mas muito tempo que as famílias (boa parte delas) deixaram a responsabilidade sobre o acompanhamento da educação escolar de seus filhos para a própria escola. Não canso de me lembrar da quantidade de episódios acontecidos (e que acontecem ainda mais e com mais frequência hoje) na escola onde trabalhava, em que a ausência dos pais era a motivação para tal.

Hoje, a Secretaria Estadual de Educação do Estado de Goiás, vai pagar um salário mínimo (R$674,00) para um pai ou mãe ou responsável por um aluno, para que este cumpra um papel que a família já deixou pra trás há algum tempo.


Será que pagando os pais irão acompanhar efetivamente os acontecimentos escolares? E se a bolsa-pai-presente atrasar? Eles vão deixar de fazê-lo?

A que ponto chegamos! Pagar para os pais participarem do cotidiano escolar. Pode acreditar, o que não vai faltar é candidato!

O que me assusta é o patrocínio moral do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que ao invés de trabalhar para que o governador do Estado de Goiás pague com dignidade os professores e funcionários das escolas, que interfira nas reformas curriculares que inviabilizam a prática pedagógica de inúmeros professores, e cumpra os compromissos assumidos em greve, o MP-GO apoia uma prática tão inconsequente quanto os programas AMIGO DA ESCOLA da emissora global.

Desresponsabiliza-se esse segmento importante na sociedade e na instituição escola, na medida em que remunera para o cumprimento de uma ação que precisa de paixão, compromisso, ética e interesse social. 

Tenho plena clareza que paixão, compromisso, ética e interesse social não são criados com R$674,00.

De onde vem essas idéias mirabolantes?

Tenho minhas dúvidas e reservas e lanço minha crítica ao público.

Se houver outras questões (e há) a serem colocadas, lancem nos comentários.

Abraços

8 comentários:

Michelle Oliveira disse...

Como professora da Rede Estadual de Goiás, só posso dizer que tudo isso que estamos vivenciando é lamentável.

A exemplo das inúmeras bolsas 'investidas' em nosso país, a secretaria do estado de Goiás propõe, em um projeto pioneiro, a contratação de pais ou responsáveis para ficar na escola. A inovação é assustadora, mesmo porque, fere com tudo aquilo que acreditamos e construímos para o espaço escolar e, acima de tudo, transgride uma educação libertadora, emancipadora.

A exemplo de Nova York http://www.nytimes.com/2009/07/20/education/20schools.html?pagewanted=all&_r=0,

esses pais serão enquadrados através de Processo Seletivo Simplificado para contratação de servidores de apoio administrativo de nível elementar, tendo que atuar 40h, na escola escolhida, em troca de um salário mínimo.

Assim como outras questões adotadas como modelo de outros países (a saber o próprio bonus http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2007201114.htm) Já deixou de ser utilizado, depois de muita contestação e estudos que comprovaram que só estavam jogando dinheiro fora, citando inclusive que, era melhor que investir em livros, cinema, teatro, estudos dos professores do que essa bonificação.

Mais uma cópia dos estrangeiros... pena que nossos 'tutores' não lêem os resultados do que aconteceu lá, para saber que andam comprando sistemas falidos e que eles mesmo já não descartaram o uso!

Do jeito que as coisas vão... daqui a pouco, o pai contratado que não faltar a escola também terá o bônus 'esmolado' pela SEDUC.

Michelle disse...

Como professora da Rede Estadual de Goiás, só posso dizer que tudo isso que estamos vivenciando é lamentável.

A exemplo das inúmeras bolsas 'investidas' em nosso país, a secretaria do estado de Goiás propõe, em um projeto pioneiro, a contratação de pais ou responsáveis para ficar na escola. A inovação é assustadora, mesmo porque, fere com tudo aquilo que acreditamos e construímos para o espaço escolar e, acima de tudo, transgride uma educação libertadora, emancipadora.

A exemplo de Nova York http://www.nytimes.com/2009/07/20/education/20schools.html?pagewanted=all&_r=0,

esses pais serão enquadrados através de Processo Seletivo Simplificado para contratação de servidores de apoio administrativo de nível elementar, tendo que atuar 40h, na escola escolhida, em troca de um salário mínimo.

Assim como outras questões adotadas como modelo de outros países (a saber o próprio bonus http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2007201114.htm) Já deixou de ser utilizado, depois de muita contestação e estudos que comprovaram que só estavam jogando dinheiro fora, citando inclusive que, era melhor que investir em livros, cinema, teatro, estudos dos professores do que essa bonificação.

Mais uma cópia dos estrangeiros... pena que nossos 'tutores' não lêem os resultados do que aconteceu lá, para saber que andam comprando sistemas falidos e que eles mesmo já não descartaram o uso!

Do jeito que as coisas vão... daqui a pouco, o pai contratado que não faltar a escola também terá o bônus 'esmolado' pela SEDUC.

Michelle Oliveira disse...

R$ 8.956.560,00 – esse é o valor que o governo de Goiás irá gastar por ano com os ‘pais’ contratados pela Rede Estadual de Goiás. O contratado será enquadrado como servidores de apoio administrativo de nível elementar. Terá uma jornada semanal de 40h e terá que desenvolver atividades no âmbito da organização escolar, no sentido de estabelecer o elo escola - família, a partir de ações que propiciem e facilitem a entrada e o envolvimento das famílias no cotidiano escolar e auxiliem os pais de alunos a melhor acompanhar e apoiar o aprendizado dos filhos.
Embora a ‘propaganda’ apresente como projeto inovador, o modelo pode ser contemplado na educação nova iorquina como faz referência o jornal New York Times de 19 de julho de 2009 “Parent-Paid Aides Ordered Out of New York City Schools” http://www.nytimes.com/2009/07/20/education/20schools.html?pagewanted=all&_r=0 que pode ser acessado nesse link.
Assim como outros modelos importados de outros países e até mesmo outros Estados, não houve um processo democrático nas discussões com os envolvidos (diga-se de passagem, escolas e os envoltos no processo), trata-se de mais uma ‘compra’ de legalidades exteriores sem a compra do produto final e dos estudos acerca de uma prática como essa.
Digo isso, porque assim como essa implementação, o bônus, a bimestralização, a unificação de currículo, já foram propostos, analisados e, inclusive refutados após estudos que comprovaram que estavam jogando dinheiro fora http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2007201114.htm.
Meus caros, se é para jogar fora, que joguem fora investindo na qualificação dos professores, garantindo lazer aos mesmos, cultura, idas ao teatro, ao cinema, viagens, enfim. Que joguem fora comprando equipamentos para escola, reformando os tetos que caem sobre as cabeças dos nossos alunos, que construam quadras poliesportivas, até mesmo piscinas! Parem de copiar modelos falidos, devolvam nossa titulação e invistam de fato na educação!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Concordo plenamente!!!!!!!!!!!!!!1

blogdosergiomoura disse...

Pessoal,
peço a gentileza que ao emitirem seus comentários, que se identifiquem para que eu saiba pra onde e em que direção o blog tem seu alcance.
Obrigado e um Abraço
Sergio Moura

Anônimo disse...

CONCORDO PLENAMENTE, GENTE SÁBIA DÁ TRABALHOOOOOOOOOO PARA POLÍTICOS LADRÕES E SAFADOS...

Anônimo disse...

vamos contratar mais professores de apoio,e o que as nossas escolas estaduais esta precosando, para melhoria do aprendizagem do nosso alunos com dificuldade de socializar e aprender